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São Paulo, sábado, 21 de maio de 2005

HORA DE DORMIR

LUCRECIA ZAPPI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Eu amo ficção", diz Laura Caetano, 10, que conta que, em seus sonhos, às vezes se transforma em um alien.
Geralmente, os sonhos surgem para nós como um quebra-cabeça de imagens misteriosas, não é? Mas, quando os contamos para nossos pais ou amigos, é comum tentarmos transformar essas imagens em uma história. Por que isso acontece?
"Quando a criança consegue contar a história que estava no seu sonho, com começo, meio e fim, o que ela faz, na verdade, é contar uma história sobre ela mesma. E isso é o mais interessante do sonho", diz a psicanalista Isabel Kahn, da PUC-SP.
É assim que Laura coleciona mais de 80 páginas com idéias tiradas de sonhos, um verdadeiro diário de quando está dormindo. "Quase todas as noites eu sonho que sou um ser esbranquiçado e que está em muitos lugares, diz.
Gianluca Smanio, 10, diz que quando sonha parece estar acordado. Assim como Alice, personagem do livro "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, Gianluca conta que já se acostumou "àquela sensação" de cair num abismo e já imaginou estar na pele de um dragão. Diz também sonhar com letras após ler e, depois, já acordado, formar palavras com elas.
Sua melhor viagem de olhos fechados, entretanto, foi dentro da televisão. "Eu sonhei que estava vendo TV e, de repente, entrei em um desenho animado virando um personagem."
"Sonhei que estava lendo um livro grande e, de repente, ele me cercou. Ele queria me comer, mas eu fugi", diz Ariane Gomes de Ferreira, 7. Para ela, tudo tem começo, meio e fim, e gosta de imaginar as histórias como filmes.

Teorias diferentes
O mundo dos sonhos é um mistério para os homens há muito tempo. No século 20, vários estudiosos se debruçaram sobre o assunto e formularam teorias diferentes sobre o sonho.
Para o austríaco Sigmund Freud (1856-1939), o sonho se constitui a partir de desejos e lembranças próprios de cada pessoa.
Já para o suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), existe algo que se chama "inconsciente coletivo", ou seja, símbolos que têm o mesmo significado para pessoas diferentes.
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