São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994
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Economistas prevêem estagnação

EDUARDO BELO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem recessão, nem expansão. Estagnação é a palavra que melhor define as perspectivas para o primeiro semestre, na opinião de economistas consultados pela Folha. A análise dos indicadores de desempenho da indústria e do comércio mostra "um compasso de espera", afirma Flávio Castelo Branco, do departamento econômico da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Para o economista, 1993 terminou sem a expansão esperada. A indústria produziu cerca de 8% mais no ano e o faturamento ficou 6% acima do de 92. Isso indica preços reais em baixa. Ele considera o resultado "razoável", mas resalva: a base de comparação, 1992, teve um dos mais fracos desempenhos da história.
Castelo Brnco prevê "um quadro de acomodação" para a economia na primeira metade do ano, como possível aceleração inflacionária decorrente das medidas do Plano FHC –especialmente aumento de impostos.
"Se não for feita nenhuma alteração na política econômica, haverá aumento da recessão", decreta Antonio Kandir, ex-secretário Nacional de Política Econômica (governo Collor). A recessão se deve ao aumento do ritmo da inflação e pelo início do ajuste fiscal, afirma o economista.
Kandir projeta o seguinte desempenho para este ano: primeiro trimestre, recessão; segundo, transição. O segundo semestre terá expansão econômica –"que pode até ser forte, com crescimento de 1% a 2% do PIB e estabilização da economia".
Dois fatores facilitam a estabilização: a queda do déficit público a um terço do que era há um ano e o foto de as reservas cambiais (base do Plano FHC, hoje em US$ 29 bilhões) terem aumentado quatro vezes no período.

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