São Paulo, quarta-feira, 5 de janeiro de 1994
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Militares concordam com proposta do PT

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-ministro do Exército Leônidas Pires Gonçalves concorda com o aumento do orçamento das Forças Armadas previsto no programa de governo do PT. "Independente de partido político, em qualquer governo, seja ele de direita, centro ou esquerda, os recursos orçamentários para as Forças Armadas têm que ser, no mínimo, dobrados. Deve-se também estabelecer planos quinquenais", disse Leônidas.
Também o porta-voz do Exército, general Gilberto Serra, acha que o próximo governo terá de aumentar o orçamento militar. Sua frase é muito parecida com a de Leônidas: "Qualquer que seja o próximo governo, ele terá de aumentar o orçamento das Forças Armadas assim que a situação econômica permitir." Serra afirma ainda que um país de dimensões continentais como o Brasil deve ter Forças Armadas bem aparelhadas. Ele criticou as pessoas que defendem a extinção das forças militares.
O ministro do Exército do governo Sarney é ainda mais duro. Classifica a defesa do fim das Forças Armadas de "idiotice", "fruto de recalques de pessoas que se meteram com a subversão". Leônidas menciona como evidências da necessidade de manutenção das Forças Armadas os interesses "geopolíticos" e a condição de "nação emergente" do Brasil.
O ex-ministro, hoje na reserva, classifica como "realista" a atitude do presidente Itamar Franco de determinar ao ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, a elevação das verbas destinadas às Forças Armadas no Orçamento de 94. Leônidas acusa o governo Collor de "incompetência e preconceito" contra os militares, que praticamente não conseguiram manter nenhum programa de investimento no período de 90 a 92. Hoje os militares consomem cerca de US$ 2,2 bilhões ao ano.

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