São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Campanha da fome; PT e os militares; Exemplo de cima; Acima do Estado

Campanha da fome
"A Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida surgiu, em São Paulo, no mês de abril de 1993. Nestes oito meses, inúmeros grupos se organizaram e criaram comitês, realizando ações de arrecadação, distribuição e reflexão que objetivaram a mudança do cenário de indigência brasileiro. O apoio dado pela Folha, em especial neste final de ano, tem potencializado o nosso agir. Não poderíamos iniciar 1994 sem manifestar a importância da parceria com esse jornal. Nosso agradecimento é ainda maior por estar amparado na certeza de que no ano que aqui se inicia estaremos assumindo juntos essa campanha que é de todos nós."
Maria Magdalena Alves, pela Secretaria de Apoio da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida (São Paulo, SP)

PT e os militares
"A proposta de governo apresentada pelo sr. César Queiroz Benjamin, em sua entrevista do dia 3 último, não é certamente um programa de desenvolvimento econômico e social. Seria lamentável para a democracia brasileira que as suas idéias representassem o pensamento majoritário no seio do Partido dos Trabalhadores."
Fábio Konder Comparato, professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)
*
"Sobre a entrevista do sr. César Benjamin, o programa do PT para as eleições será definido no encontro nacional de abril de 1994, onde todo o partido será ouvido em suas diferentes, democráticas e plurais posições políticas. Só assim será definido o programa. Até o encontro, as opiniões só podem ser de caráter estritamente pessoal e têm o peso de qualquer filiado mais ou menos ilustre. Não fui consultado nem concordo com as opiniões expressas pelo sr. Benjamin."
Adriano Diogo, vereador pelo PT (São Paulo, SP)

Exemplo de cima
"Se todos são iguais perante a lei, conforme o 'caput' do art. 5.º da Constituição, então por que o policial rodoviário que parou o carro do ministro FHC (à esquerda na foto) por exceder a velocidade permitida para aquele trecho não o autuou? Se ministro, por ser ministro, não pode ou não deve ser autuado, eu aconselho a todos os demais cidadãos que neste último final de semana receberam uma multa por igual transgressão a ingressarem com mandado de segurança e recorrerem contra a arbitrariedade praticada pela Polícia Rodoviária."
Carlos Roberto Mettitier (Itapetininga, SP)
*
"Um guarda rodoviário que diz 'parei certo, mas a pessoa errada' precisa ser reeducado, assim como seus superiores, que não deveriam discriminar os cidadãos pagantes de seus salários. Fernando Henrique Cardoso perdeu uma grande chance de dar exemplo, não ficando passivo e conivente numa situação como essa."
Márcia Bucco (São José dos Campos, SP)
*
"É lamentável a Folha publicar com alarde e sem condenar a conduta do guarda que parou o veículo do ministro e o deixou passar sem multar. Certamente o guarda será promovido por isso, porém teria sido mandado embora se tivesse cumprido seu dever e multado. Este país nunca mudará."
André Joseph Deberdt (São Paulo, SP)
*
"Enquanto a lei permanecer obrigatória somente para os pobres, o 'imperador' Fernando Henrique Cardoso poderá ser conduzido por seu nobre filhinho em alta velocidade, ter o veículo parado por uma autoridade policial que, impotente, confessa: 'Parei certo, mas a pessoa errada'."
Agenor Bevilácqua Sobrinho (São Paulo, SP)

Acima do Estado
"O editorial 'Acima do Estado', publicado em 25/12, pode ser considerado um sofisma. De acordo com o 'Aurélio', sofisma é 'argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo e que supõe má-fé por parte de quem o apresenta'. Por que é um sofisma? Porque utiliza a sonegação de informações à CPI por parte da diretoria do Banespa (o que é real e deve ser apurado) para justificar uma possível privatização. Uma coisa não tem a ver com a outra. A sociedade não pode perder um patrimônio em virtude de ingerências políticas do PMDB. Uma pergunta: as empreiteiras envolvidas no escândalo do Orçamento são empresas estatais ou empresas privadas?"
Marcos Aurélio Silvestre, funcionário do Banespa e diretor do Sindicato dos Bancários de Bauru (Bauru, SP)
Nota da Redação – O missivista, funcionário do Banespa e diretor do Sindicato dos Bancários de Bauru, é obviamente contrário à privatização. Seria estranho que não o fosse.

Texto Anterior: Os desafios para 94
Próximo Texto: Direitos humanos; Erros na Previdência; Vibração no futebol
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.