São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994
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Itamar não comenta entrevista

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A repercussão negativa da entrevista do ministro Maurício Corrêa ao jornalista Carlos Chagas, sobre a possibilidade de "fujimorização" do país, levou o presidente Itamar Franco, no início da tarde, a responsabilizar o ministro por suas declarações. O Palácio do Planalto determinou também o cancelamento da reapresentação da entrevista, que seria feita ontem pela Radiobrás– que é emissora do governo.
Itamar –que mandou dizer que não assistiu ao programa "Jogo do Poder" exibido pela TV Manchete às 23h15 de quarta-feira–, não quis comentar o teor da entrevista. O presidente disse ainda, através da assessoria de imprensa, que Corrêa "é o único responsável pelas palavras dele".
O presidente, que não confirmou nem desmentiu o teor da entrevista, se limitou a repetir uma justificativa de Corrêa, feita ao telefone pela manhã, de que não havia usado a expressão "golpe de Estado", conforme veiculado em jornais de ontem.
O jornalista Carlos Chagas disse à Folha que a entrevista foi gravada simultaneamente para a Rede Manchete e para a Radiobrás, a pedido da emissora do governo. A proposta inicialmente era aproveitar a gravação e exibi-la dentro da idéia de que o governo Itamar Franco tem feito realizações, já que Corrêa falaria sobre o assunto.
A pedido do ministro, segundo o presidente da Radiobrás, Luiz Otávio de Castro Souza, a emissora do governo iria reprisar a entrevista ontem, já que o programa da Manchete foi ao ar em horário de baixa audiência.
A Radiobrás, ontem pela manhã, chegou a fazer chamadas para a reapresentação da entrevista, que iria ao ar às 22h. Alertada para a má repercurssão, o programa foi cancelado. O presidente da Radiobrás nega que tenha havido pressões para evitar a reprise: "Foi uma coincidência".

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