São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994
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'É hora de investimento'

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A família do pecuarista Carlos Larica, 48, é uma das beneficiadas pela "seca verde" no Pantanal Mato-Grossense. Segundo Larica, 20 mil dos 43 mil hectares da fazenda da família, localizada na região do Paiguás, estavam alagados e agora poderão ser utilizados para pastagens.
"Se considerarmos que cada hectare vale o preço de meia vaca (cerca de CR$ 15 mil em dezembro), teremos um lucro razoável", disse Larica. Para ele, os fazendeiros somente poderão usufruir dos frutos da seca mais tarde. "Agora é hora de investir. As novas áreas de pastagens estarão cheias de gado somente daqui a cinco anos", disse.
O Pantanal ocupa uma área de 140 mil km2 nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e é considerado o maior santuário ecológico do mundo. O Pantanal se estende ainda para as áreas de planície da Bolívia, onde é conhecido como chaco boliviano.
O ciclo da cheia acontece anualmente entre janeiro e maio, quando o rebanho bovino é retirado das partes mais baixas para a região mais alta. Segundo o vice-presidente da Sociedade de Defesa do Pantanal (Sodepan), Nilson de Barros, as enchentes são benéficas à flora e à fauna da região. "Há uma renovação na fauna", diz Barros, fazendeiro da região.
"O pantaneiro tem um instinto de preservação. O dia em que a pecuária acabar, o Pantanal vira deserto", diz Barros.

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