São Paulo, sexta-feira, 7 de janeiro de 1994
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Primavera seca demais é causa de aparente confusão no tempo

DA REPORTAGEM LOCAL

Os meteorologistas têm um culpado para as aparentes e momentâneas anomalias no clima brasileiro: a primavera passada. A estação que antecede o verão foi bem mais seca do que deveria, resultado de mudanças no regime dos ventos que trazem as chuvas do Sul. Mas, lembram os especialistas, está tudo dentro do normalmente esperado para o verão.
"No fundo, existe uma variabilidade muito grande em meteorologia", diz Paulo Etchichury, meteorologista do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). "Mas, quando se olha a série histórica, se vê que a mudança é pequena", diz.
Dezembro, janeiro e fevereiro constituem o trimestre mais chuvoso na região Sudeste. As frentes frias que vêm do sul são o principal sistema físico responsável pelas chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e também têm papel no sul do Nordeste.
Durante a primavera passada, as frentes frias terminavam indo para o Atlântico ao invés de continuarem na direção norte, o que contribuiu para a estiagem em regiões como o Pantanal. São Paulo teve uma primavera quente também. O período maior de sol também ajudou a seca. A ausência de nuvens que bloqueassem a radiação solar também teve seu papel no aquecimento.
"Nós estamos no ano o mais normal possível", diz outro meteorologista, Hilton Silveira Pinto, diretor do Centro de Pesquisas em Agricultura da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O centro se ocupa da previsão de tempo no Estado de São Paulo. Segundo Silveira Pinto, 1989, 1990 e 1991 foram anos de estiagem de modo geral em São Paulo, mas agora o clima está dentro dos padrões históricos mais razoáveis.

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