São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 1994![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
País teve 52 premiês desde 45
HUMBERTO SACCOMANDI
Desde a proclamação da República, em 1946, a Itália sempre foi governada por coalizões de partidos lideradas pela Democracia Cristã (DC). Os democratas-cristãos indicaram todos os premiês até a ascensão em 1984 do socialista Bettino Craxi. Foi justamente Craxi o líder que permaneceu mais tempo no governo, pouco mais de três anos. Essa coalizão de centro-direita era historicamente desafiada pelo Partido Comunista Italiano (PCI), o maior PC do Ocidente. Os comunistas então controlavam as principais cidades do país. PCI e DC tinham cada um pouco mais de 30% dos votos. As forças conservadoras no país faziam um grande esforço para evitar a chegada dos comunistas ao governo, recebendo ajuda do exterior. A estabilidade ideológica no governo era contrastada pelas disputas internas nos partidos, especialmente a DC. Havia pelo menos três grandes facções, uma delas liderada por Giulio Andreotti, que foi premiê por sete vezes (os italianos dizem que ele gastou suas sete vidas). Essa situação monolítica começou a ruir com a queda do Muro de Berlim e o fim dos regimes comunistas no Leste Europeu. O PCI entrou em decadência e mudou de nome para PDS. Perdeu metade de seu eleitorado. Em fevereiro de 1992 estourou o escandalo "Tangentopoli", uma vasta rede de corrupção que financiava ilegalmente os partidos políticos no governo. DC e socialistas foram demolidos. O PDS escapou ileso, por enquanto, e sobreviveu. O vazio foi ocupado por novos partidos, principalmente os neofascistas do MSI e a regionalista Liga Norte. A queda do governo Ciampi significa o assalto final dessas novas forças ao poder. (HuSa) Texto Anterior: Primeiro-ministro da Itália renuncia Próximo Texto: 'Fantasma' de Chiapas coloca a Argentina em estado de alerta Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |