São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 1994
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Repetir modelos é a saída

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

Há três anos, o presidente da maison Yves Saint laurent, Pierre Bergé, irritou o mundo da moda ao decretar o fim da alta-costura –o que, segundo ele, aconteceria até o final desta década. Naquele ano, a alta-costura via sua maior crise, levando a arrecadação do setor de US$ 909 milhões para US$ 53 milhões. Em 94, todo o mundo da alta-costura internacional evita falar da tal crise, mas o fato é que a arrecadação de 93 caiu ainda mais: US$ 50 millhões.
Há dez anos, cerca de 4 mil mulheres mantinham a produção dos grandes vestidos de gala e luxo. Segundo a estimativa do estilista brasileiro Fause Hatten, que pertenceu à maison Torrente, que desfila amanhã em Paris, este número hoje não passa de 2 mil. Que, segundo se comenta no meio, não hesitam em repetir o modelo –uma heresia, há alguns anos.
Para Ocimar Versolato, que trabalhou com o estilista Hervé Léger na França, poucos conhecem a técnica da alta-costura. "É a perfeição da roupa", diz. Segundo Hatten, "no Brasil, onde não existe alta-costura, algumas pessoas confundem com roupa de noite". Versolato reforça: "É preciso ter uma cultura de moda. A França tem isso há 200 anos."
O caminho agora é tentar baratear a alta-costura internacional. Segundo Hatten, antes se levava 32 horas para fazer um vestido. Ano passado se reduziu para 9 horas.

Com agências internacionais

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