São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 1994
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Arsenal faria muitas Hiroximas

DA REPORTAGEM LOCAL

O armamento nuclear na Ucrânia, assim como aquele em duas outras ex-repúblicas soviéticas, Belarus e Cazaquistão, inclui boa parte do arsenal mais moderno que os russos gostariam de ter só para eles. Como os líderes da URSS não esperavam uma dissolução tão radical do maior país do planeta, usaram a ampla extensão do território para espalhar seus mísseis nucleares para tornar mais difícil um ataque americano a eles.
As armas a ser retiradas –se o Parlamento ucraniano gostar da idéia, embora o tratado Start já disponha sobre seu fim– bastariam para algumas milhares de Hiroximas. A cidade japonesa foi destruída em 1945 por uma bomba de 20 kt (kilotons), isto é, com o poder explosivo de 20 mil toneladas de TNT. Os ucranianos concordaram em remover os 130 mísseis SS-19 Stiletto (nome de código dado pelos aliados ocidentais). Cada um transporta seis ogivas de 550 kt cada.
Além dessas 780 dos SS-19, existem 460 outras de 100 kt em 46 mísseis SS-24 Scalpel (são ogivas mais precisas, por isso prescindem de potência maior). Aviões modernos Tupolev-160 Blackjack têm outras 228 ogivas e os mais velhos Tupolev-95H Bear têm 336, com potências variáveis. (Ricardo Bonalume Neto)

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