São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 1994
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Americanos ignoram cúpula

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Na quarta-feira à tarde, a TV CNN recebeu centenas de telefonemas de telespectadores irados com sua decisão de interromper a transmissão ao vivo do julgamento de Lorena Bobbitt, a mulher que cortou o pênis do marido, para mostrar a entrevista em que o presidente Bill Clinton anunciou o acordo para desmantelar armas nucleares na Ucrânia.
Isso dá uma idéia do desinteresse entre os norte-americanos, mesmo os mais informados, em relação à viagem de Clinton à Europa. Nunca uma reunião entre os líderes de EUA e Rússia despertou tão pouca atenção.
Para os norte-americanos, a Rússia deixou de ser uma obsessão, ainda mais agora, que seus mísseis nucleares nem estão mais apontados para os EUA, para se tornar um aborrecimento. A importância comercial da Rússia para os EUA é irrisória: a Dinamarca tem um volume de comércio maior. O fim da Guerra Fria reduziu muito a relevância política da Rússia para os americanos.
O principal ponto para a opinião pública dos EUA em relação à Rússia é que o seu país não deve gastar mais do que já gastou para ajudar os ex-inimigos. Pesquisa do Instituto Gallup divulgada ontem mostra que 57% dos entrevistados concordam com isso.

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