São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 1994
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Castradora do marido chora e cai em contradição no tribunal

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

No seu segundo dia de depoimento ao júri que a julga por ter cortado o pênis do marido, Lorena Bobbitt chorou diversas vezes e contradisse seus testemunhos anteriores sobre o grau de consciência que tinha ao agredir John Bobbitt. "Eu estava com muito medo, muito apavorada. Eu não sabia o que fazer. Eu não queria que ele me estuprasse mais."
Ela declarou que não se lembra de nada do que ocorreu desde que pegou um facão na cozinha até quando estava dirigindo para a casa de uma amiga, na madrugada de 23 de junho de 1993, quando a agressão aconteceu. Mas em depoimentos a policiais e a médicos em junho e julho últimos, Lorena afirmou ter levantado o lençol que cobria o marido e olhado todo o seu corpo antes de cortá-lo.
A defesa de Lorena Bobbitt tenta provar que ela estava temporariamente insana quando agrediu John Bobbitt. A promotoria afirma que ela estava consciente e agiu motivada por raiva. Em junho de 1992, outra mulher, Evelyn Smith, foi absolvida da acusação de homicídio do marido alegando insanidade temporária e a defesa de Lorena se baseia muito no seu caso.
Lorena Bobbitt declarou ontem que o marido a forçou a praticar aborto em 1990 e a ridicularizou logo após a cirurgia. Diversas testemunhas de defesa corroboraram suas alegações de que ela era espancada com frequência por John. De acordo com o testemunho de Lorena, o marido a submetia a frequentes estupros, inclusive na noite da agressão. John Bobbitt foi absolvido em novembro das acusações de estupro marital feitas por sua mulher. (CELS)

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