São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 1994
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Candidatura óbvia

As poucas dúvidas que eventualmente ainda restassem sobre as pretensões políticas do atual ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, foram finalmente liquidadas ontem. Afinal, o ministro admitiu publicamente que poderá ser candidato à Presidência da República.
É um fato político novo mas previsível. Afinal, a posição do ministro já era do conhecimento geral. Na verdade, mais importante do que a eventual disposição do ministro Fernando Henrique é procurar saber qual a viabilidade política dessa postulação.
O plano FHC certamente será o fator que definirá o sucesso ou fracasso da candidatura. O ministro Fernando Henrique não carrega hoje peso eleitoral muito grande –as últimas pesquisas feitas pelo Datafolha e publicadas no dia 2 de janeiro indicam que o melhor resultado obtido pelo ministro foi de 10% do eleitorado, ocupando um discreto 3º lugar e muito distante dos 32% obtidos por Lula na mesma simulação. Somente uma queda forte da inflação pode levar a uma mudança significativa desse quadro. Fernando Henrique parece estar amarrado ao plano de estabilização que carrega o seu nome.
Resta indagar se, apesar de não representar nenhuma novidade, o anúncio da candidatura não trará ainda mais dificuldades para a aprovação do Orçamento zerado, que tem sido apontado como condição "sine qua non" para a continuidade do plano.

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