São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994 |
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Poison faz caricatura da atitude roqueira
MARCEL PLASSE
Brett fez o modelito gracinha para as fãs se descabelarem de paixão: calça de veludo roxo colada no corpo, jaqueta zebrinha, colete de couro apertado e bandana na cabeça. O guitarrista Blues Saraceno, com sua experiência de "guitar hero" da banda da Cher, descabelou um solo literal –a banda toda saiu de perto– logo na terceira música. Chamou mais a atenção por ser o único representante da turma das camisas de flanela no festival –a turma, chamada de grunge no ano passado, ficou em casa este ano. Poison se mostrou uma caricatura de banda de rock como ninguém tinha tido a chance de ver no Brasil. Perto da peruagem da banda, até Bon Jovi passaria por sério. Fracos instrumentistas, sem carisma ou a possibilidade de posar de bonitinhos do festival –as meninas preferem Ugly Kid Joe– os integrantes do Poison balançaram as cabeleiras, fizeram beicinho, mas não animaram nem os poucos fãs que estavam no estádio do Morumbi. Teve até solo de bateria, com direito a pirueta de baquetas, mas não teve pedido de bis. Poison não tem hits capazes de segurar um show de estádio. "Something to Believe" e "Ride the Wind" chegaram a inspirar uma dúzia de isqueiros, mas nem o público hippie conseguiu se animar com o clima de propaganda de cigarros do resto do repertório. Poison, veneno, é o nome perfeito para a banda com mais jeito de jingle de cigarro que já veio ao Hollywood Rock. Como levar a sério? Texto Anterior: Aerosmith é o dono da primeira noite Próximo Texto: 'Homem-barata' habita esgoto de BH Índice |
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