São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994
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Vila Olímpia vê crescer pólo de comércio

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O fácil acesso a corredores de transporte, como a rodovia dos Imigrantes, avenida Bandeirantes e marginal do rio Pinheiros, tem ajudado no crescimento da Vila Olímpia (zona oeste). Outro fator que está impulsionando o processo de exploração comercial da área é a canalização dos córregos Uberaba e Uberabinha.
"Foi eliminada a barreira física que existia com o Itaim", diz João Feire D'Avila Neto, 36, da Amaral D'Avila Engenharia de Avaliações. Segundo ele, existe a tendência de uma intensificação da exploração comercial do corredor da avenida Hélio Pelegrini e a substituição das casas antigas por edifícios.
Faria Lima
Mas o grande salto da região é esperado com a prometida ampliação da Faria Lima, que ligaria Pinheiros às avenidas Berrini e Indianópolis. "Haverá um grande alteração urbanística do local e valorização dos imóveis", prevê Freire. Para Antônio Setin, 38, presidente da incorporadora Setin, "a obra da Faria Lima é imprescindível para a Vila Olímpia".
A região vive um processo intenso de verticalização, com o surgimento de vários prédios de alto padrão. São construções destinadas tanto a moradias quanto escritórios. "O bairro será o novo Itaim Bibi da região, com novas incorporações e melhoria no valor dos imóveis", afirma Setin.
Há quase oito anos na área, a Setin já investiu em seis empreendimentos de alto nível, sendo que cinco já estão comercializados. O último deles é comercial e dispõe de dez andares para locação ao preço de US$ 6 por m2. O prédio tem 17 pavimentos com 300 m2 com oito vagas na garagem cada.
"Acreditamos tanto na região que até mudamos nosso escritório para cá e pretendemos tocar novos empreendimentos no local", diz Setin. No momento, a empresa está iniciando um novo prédio comercial, na rua Fidêncio Ramos, que terá escritórios de 400 m2 de área útil por andar.
Mas a obra da Setin que mais chama a atenção é o edifício que leva o nome do pintor Gilberto Salvador, na rua Casa do Ator. As novidades estéticas para conquistar o consumidor são inúmeras. A fachada do prédio, por exemplo, servirá de tela para uma pintura sobre cerâmica de Salvador. Além disso, cada apartamento terá direito a uma obra do artista.
O prédio será de 18 apartamentos (um por andar) com 180 m2, quatro dormitórios, três vagas na garagem e direito a um depósito. Não há previsão para o início das vendas. O preço deve ficar em torno de US$ 220 mil. Esse valor poderá ser pago em até 24 vezes, diretamente na construtora.
O empresário defende a aprovação do projeto de alargamento proposto pela prefeitura. A Câmara de Veradores não deu o aval para as obras, alegando problemas ambientais e atendendo a protestos de moradores.
Setin afirma que pretende trabalhar no sentido de conscientizar moradores e empresários sobre os benefícios deste projeto para a região. De acordo com seus cálculos, as obras "não exigirão o corte de árvores, até porque elas quase não existem".
O empresário afirma ainda que uma possível amplicação resolveria os congestionamentos diários de toda a região. "O maior problema ambiental hoje é o sonoro, causado pelo trânsito congestionado", diz. (SP)

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