São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994 |
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Scorsese acerta sem dar um tiro
JOSÉ GERALDO COUTO "A Época da Inocência" é um filme de Martin Scorsese que, acredite, não tem sangue, nem pobres, nem gângsteres e nem mesmo italianos. A própria Nova York que lhe serve de cenário tem muito pouco da megalópole violenta e agitada que seu cinema costuma mostrar. É uma cidade ainda provinciana e pacífica, cujas bem traçadas ruas mal chegam até o Central Park.O que há de Scorsese, então, nessa adaptação do romance que em 1921 deu o prêmio Pulitzer a sua autora, a americana Edith Wharton (1862-1937)? Em resumo, duas coisas: o tema do indivíduo encurralado pelas pressões do meio e por seus próprios tormentos morais; e a admirável capacidade do diretor de transformar isso em imagens repletas de tensão e dramaticidade. O filme é um retrato minucioso da alta sociedade nova-iorquina da década de 1870 e, ao mesmo tempo, uma história dolorosa de amor não-realizado. No centro de tudo está o jovem advogado Newland Archer (Daniel Day-Lewis), cujo casamento com a graciosa May Welland (Winona Ryder) sela a união entre duas das famílias mais tradicionais da cidade. Só um detalhe desequilibra esse harmonioso arranjo: a paixão de Archer pela descasada condessa Ellen Olenska (Michelle Pfeiffer), que vem a ser prima de May. A Época da Inocência (The Age of Innocence). Direção de Martin Scorsese. Estréia programada para sexta, 21, em cinemas e horários a confirmar. Texto Anterior: No inferno com os anjos Próximo Texto: Porteiros dão cara aos clubes Índice |
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