São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 1994 |
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San Francisco concentra torcedor brasileiro
SILVIO CIOFFI
Com cerca de 730 mil habitantes, a cidade-sede da torcida brasileira recebe com competência mais de 17 milhões de visitantes/ano. E esse afluxo recorde de turistas acontece a despeito inclusive dos terremotos que, de tempos em tempos, insistem em engolir regiões californianas assentadas sobre a falha de San Andreas. No caso de San Francisco, o segredo desse tremendo sucesso está na combinação de um certo ar provinciano com um vendaval de influências. Porto natural voltado para o Pacífico, a cidade teve desde logo que se adaptar à ocorrência de terremotos e à uma topografia acidentada, crescendo em torno de uma imensa baía. História A origem de San Francisco remonta a uma vila que os espanhóis fundaram em 1776 com o sugestivo nome de Yerba Buena. Por volta de 1844, o lugarejo tinha cerca de 50 habitantes. Entre 1846 e 1847 chegaram à região 200 mórmons, que rebatizaram a cidade e a incorporaram aos EUA. Mas foi a descoberta do ouro na Califórnia, em 1848, que transformou San Francisco numa meca de imigrantes e de caçadores de fortuna. Foi a partir daí que europeus, indígenas, nativos das ilhas Sandwich (hoje Havaí) e chineses, entre tantos outros, se fixaram na região. O comércio e a atividade portuária transformaram a San Francisco da virada do século num dos principais entrepostos entre a Costa Oeste norte-americana e o Extremo Oriente. Terremotos Em 1906 um terremoto abalou a cidade, matando 700 pessoas e deixando 250 mil desabrigadas. Menos de uma década depois, em 1915, San Francisco estava reconstruída. E isso porque, além dos abalos císmicos, "Frisco" também passa permanentemente por sacudidas de progresso e se transforma no centro de importantes decisões políticas. Foi lá que, em 1945, delegados de todo mundo decidiram fundar a ONU. Quem esteve na metrópole em 1988 e 1989 não deve ter sentido firmeza quando a terra tremeu e os aparelhos registraram abalos de, respectivamente, 5,7 e 6,9 graus na escala Richter. Quem tiver a chance de ver a seleção brasileira jogar em Palo Alto seus primeiros jogos, vai ter a sorte de passear por uma metrópole trepidante, dessas que têm o dom de sacudir e de arrebatar. Texto Anterior: Babenco foge do circuito de turismo tradicional Próximo Texto: 'Loucos mansos' caminham pelas ruas Índice |
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