São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 1994 |
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Acusados vão recorrer da cassação
DANIELA PINHEIRO; GUSTAVO PATÚ
Os ataques pessoais se concentraram sobre os senadores José Paulo Bisol (PSB-RS), da subcomissão de patrimônio, e Eduardo Suplicy (PT-SP), e os deputados Aloísio Mercadante (PT-SP) e Benito Gama (PFL-BA), da comissão de bancos. Manoel Moreira (PMDB-SP) - Era o mais irritado entre os sujeitos à cassação ontem. Referia-se ao relator da subcomissão de bancos como "Benito Grana", e ameaçava denunciar o deputado por corrupção envolvendo a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). Atacou também Sigmaringa Seixas (PSDB-DF), da comissão de emendas, e o presidente da Câmara, Inocêncio de Oliveira (PFL-PE). Anníbal Teixeira (PTB-MG) - Procurou ontem o senador José Paulo Bisol (PSB-RS), da subcomissão de patrimônio, para dar suas últimas explicações. "Tive que tomar um Lexotan para não brigar com o Bisol, que tem birra comigo". Teixeira teme que o relatório acabe incluindo todos os nomes citados nas subcomissões, para obter consenso. Genebaldo Correia (PMDB-BA) - Desanimado, com a voz baixa, preferiu não comentar a votação de hoje. "Não quero manifestar opiniões antes do resultado final", disse. Pela manhã, Correia acompanha a leitura do relatório da CPI no plenário e à tarde deve ir para casa ver a votação pela televisão. "É menos desgastante", afirmou. Daniel Silva (PPR-MA) - Nem cogita a hipótese de cassação. "Tenho a consciência muito tranquila porque não devo nada para ninguém." Acredita que sua inocência vai ser reconhecida em breve. Para o deputado, apresentar nomes para cassação é uma coisa e ser cassado é outra. "Por isso, muita água ainda vai rolar". Carlos Benevides (PMDB-CE) - "Se eu for cassado, o que é que eu posso fazer?", perguntou. Ele afirma que jamais apresentou emendas fora do prazo legal ou beneficiou entidades ligadas à sua família. "Ninguém conseguiu achar uma coisa errada que eu tenha feito", disse. Raquel Cândido (PTB-RO) - Como está internada desde o dia 8 por causa de uma intoxicação com medicamentos, a deputada não vai assistir à votação. Seu advogado, Carlos Cesário, disse que ela "não vai aceitar o papel de Branca de Neve tão facilmente" Messias Góis (PFL-SE) - Ignora a inclusão de seu nome na lista dos possíveis cassados. "Meu nome não aparece em lugar nenhum, esse povo parece que tá louco", afirmou. Francisco Diógenes (PFL-AC) - Segundo ele, a subcomissão de subvenções já o inocentou, o que torna impossível sua cassação. "Não existe nada contra mim, as pessoas devem se informar sobre a minha pessoa", disse. João de Deus Antunes (PPR-RS) - Explicou que foi traído pelo amigo Ivan Nunes, pastor evangélico como o deputado, para quem sempre emprestou dinheiro. Ézio Ferreira (PFL-AM) - Não se interessa em ouvir a leitura do relatório. Disse que vai provar sua inocência na Comissão de Constituição de Justiça da Câmara. "Quero ver alguma coisa errada contra mim aparecer", disse. Paulo Portugal (PDT-RJ) - Está tranquilo em relação à votação. Disse que não tem o que temer porque é um dos "deputados mais pobres do Congresso." Uldurico Pinto (PSB-BA) - Disse que a tentativa de inclusão do seu nome "no relatório da Subcomissão de Bancos é uma molecagem do coordenador Benito Gama. Não há nada contra mim. Vou entrar em greve de fome, até que minha inocência fique provada. A CPI não pode ser usada por um deputado como o Benito, que só quer fazer uma jogada política para me atingir". A Folha também procurou, pelos telefones de gabinete e residência, os deputados Cid Carvalho (PMDB-MA), José Geraldo (PMDB-MG), José Luiz Maia (PPR-PI), Flávio Derzi (PP-MS) e José Carlos Vasconcellos (PRN-PE), e o senador Saldanha Derzi (PRN-MS) das 10h30 às 20h30, mas não encontrou os parlamentares. O suplente Feres Nader não foi localizado. Texto Anterior: Procuradoria vai processar pelo menos 7 Próximo Texto: Ibsen desaparece e é xingado em ato no RS Índice |
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