São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 1994
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Horto de Rio Claro cheira a eucaliptos

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Rio Claro, noroeste do Estado, soma as vantagens do progresso que caracteriza o interior paulista com os benefícios de se morar fora dos grandes centros, mas não longe deles. Seu horto florestal, com 30 milhões de metros quadrados de áreas reflorestadas, bosques e jardins, é hoje uma unidade produtiva, administrada pela Fepasa. Tombado em 1977 pelo Condephaat, oferece atividades científicas, culturais, turísticas e de lazer.
Em 1909, a então Companhia Paulista de Estradas de Ferro comprou terras na região e fundou um centro de pesquisas florestais com a finalidade de desenvolver a tecnologia da cultura do eucalipto e o reflorestamento. A madeira forneceria combustível para as caldeiras das marias-fumaças e dormentes para a ampliação das linhas. A cidade se expandiu e toda essa área verde fica hoje perto do centro.
A atual diretoria implantou um plano de recuperação do patrimônio histórico e está restaurando edificações e jardins do começo do século –recentemente, inaugurou o Museu do Eucalipto. Tanto os casarões antigos, já restaurados, quanto as demais instalações são abertas ao público, com entrada franca. Só de eucaliptos, são 1,5 milhão de árvores adultas. Outras 300 variedades de madeira de lei e árvores nativas completam o verde.
Rio Claro fica entre São Paulo (a 175 km) e Ribeirão Preto, perto de Campinas e Piracicaba, a 15 km da via Anhanguera. É uma cidade que oferece tranquilidade e ar puro, além de ter uma tradição de ousadia. Em 1885, inaugurou uma pequena hidroelétrica e iluminou suas ruas –quando o resto do Estado ainda discutia a eletricidade. Libertou seus escravos muito antes de a princesa Isabel assinar a Lei Aurea e também foi a primeira cidade brasileira a se expandir de acordo com um traçado urbano planificado. (Tadeu Fessel)

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