São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994![]() |
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'Falo até hoje com minha filha'
AURELIANO BIANCARELLI
Maria Teresa tinha 22 anos e trabalhava há um mês como secretária num dos primeiros andares do Joelma. Tinha subido para levar correspondências quando o fogo começou. Sobreviventes contam que morreu asfixiada ao insistir em avisar os colegas. A mãe apegou-se ao espiritismo e através dele diz que continua falando com a filha. Dois meses depois da morte, recebeu na casa de Chico Xavier uma carta da filha psicografada pelo médium. "Ela pedia para que a gente não sofresse muito", diz Filomena. Na casa da rua Rubiácea (zona norte do capital), os pais envelheceram e estão doentes, mas Maria Teresa permanece com os 22 anos dos retratos na parede. "Eu sinto a presença dela ao meu lado", diz a mãe. "Mas a dor continua a mesma." Filomena tenta evitar as lembranças mas não esconde mágoa e ressentimento. "Parecia que as vítimas eram os donos do prédio, não nós. Chegaram a dizer que os funcionários fecharam o registro de água."(AB) Texto Anterior: Bombeiro teve vontade de pular Próximo Texto: 'A sola do sapato derretia no telhado' Índice |
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