São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

URV diminui risco de dívidas em dólar

DA "AGÊNCIA DINHEIRO VIVO"

Durante a semana, a taxa nominal ao ano dos contratos prefixados tombaram nada menos do que 460 pontos percentuais. Para tanto, dois fatos foram decisivos: o tabelamento do over até o dia 7 pelo Banco Central e a revisão, para baixo, das expectativas das taxas de inflação.
No seu habitual vai-e-vem das expectativas inflacionárias, o mercado está agora exagerando para baixo. Mas não há nenhum perigo de a inflação ser menor do que 39,5%. Ao contrário, apesar do juro real de 1,5% e do IPMF, o contrato de capital de giro prefixado pode se revelar uma grata surpresa ao seu final.
Além do giro pré, são opções de crédito de 30 ou mais dias as operações indexadas ao dólar comercial. Na reta final da URV, não há nenhuma razão para o Banco Central acelerar a taxa de câmbio. E os juros reais continuam baixos. Para o curto prazo, escolha a conta garantida.
Crédito em dólar
Quem for fazer empréstimos indexados ao câmbio, nesta segunda-feira, dia 31, vai se deparar com um aumento no custo real anualizado, projetado pela "Agência Dinheiro Vivo". Na semana anterior, o custo nominal do ACC, para 30 dias, era de 8%. Nesta, a taxa continuou a mesma. No entanto, o real anualizado subiu de 7,86% para 13,93%.
Isso acontece pelo seguinte motivo: do dia 31, até 2 de março (30 dias), o IPC/Fipe acumulado e projetado por DV é de 43,83%. No mesmo período, o câmbio acumula uma variação de 44,44%, o que significa uma diferença de 0,5% ou 5,2% anualizada e favorável ao câmbio. Esta diferença, composta com os juros (8% ao ano ou 0,66% ao mês), significa um custo mensal de 1,09% que, elevado a 12 meses, é de 13,93%.
Apesar deste aumento, os empréstimos indexados ao dólar continuam sendo a alternativa mais acessível para prazos superiores a 30 dias. E fique atento. Se o mercado confirmar estas projeções de DV, não descarte uma queda na taxa nominal do ACC.
A saída 63
É uma opção atraente o crédito em dólar via Resolução 63. A maior parte da captação prevista, de US$ 3 bilhões, para o primeiro semestre de 94, deve vir através de emissões planejadas por instituições financeiras, via 63, para tomadores de pequeno e médio porte. As empresas e bancos brasileiros, ano a ano, estão conseguindo desfazer a imagem de risco dos tomadores brasileiros e diminuindo o custo das emissões.
Os últimos lançamentos realizados, a maior parte na forma de eurobônus, estão pagando ao investidor estrangeiro entre 9% e 10% ao ano, além da variação cambial. O prazo médio de cada emissão tem sido de cinco anos. Há pouco mais de dois anos, quando começou o processo, o custo chegava a 13,5% e os prazos não passavam de 2,5 anos.

Texto Anterior: O plano FHC está isolado
Próximo Texto: Juros reais, única certeza
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.