São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994
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Aliar educação e informática é bom negócio

MARIA EDICY MOREIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Escolas são grande mercado para informática
Cresce demanda por empresas que preparam colégios para usar microcomputadores como instrumento de ensino
Levar a informática às escolas pode ser um grande negócio para quem está buscando novas áreas de investimento. A multimídia –tecnologia que integra textos, imagens estáticas e vídeo no computador– abriu um imenso mercado para a indústria de informática voltada para a educação.
Entre 1991 e 1995, os EUA esperam movimentar US$ 3,3 trilhões com a multimídia. Desse total, o mercado educacional deve contribuir com 34%. Capaz de modernizar o ensino, facilitando o apredizado, a implantação da multimídia requer empresas habilitadas a treinar os professores a usar os programas e equipamentos –abrindo boas perspectivas de mercado para quem entende do setor.
"Em 1993 planajávamos ter dez franqueados e chegamos ao final do ano com 26. Até março serão 85", diz Luis Antonio Namura Oblacion, 37, dono da franquia master da empresa norte-americana Futurekids, que prepara as escolas para usar programas educativos no ensino de crianças até 12 anos.
Segundo ele, o mercado brasileiro é imenso. São 270 mil escolas de 1.º e 2.º graus e o número de empresas especializadas em informática na educação ainda é muito baixo. No caso das Futurekids, o custo para se tornar um franqueado é de US$ 47 mil, incluindo taxa de franquia, marketing e montagem do laboratório (compra e instalação de mesas, cadeiras e programas).
A Datapro, dos mesmos sócios da Futurekids, se dedica à preparação das escolas para usar a informática no ensino de adolescentes e adultos (12 a 25 anos). A empresa também trabalha com franquia. Os valores e regras para se tornar um franqueado são idênticos aos da Futurekids.
People Multimídia é outra que está crescendo através de franquia. A diferença é que a empresa visa mais o ensino da informática propriamente, que o uso da tecnologia como instrumento educacional. Para ser franqueado é preciso pagar uma taxa de US$ 10 mil, mais US$ 30 mil para compra e instalação de móveis e equipamentos.
Os franqueados são habilitados para dar cursos de processadores de textos, planilhas, bancos de dados entre outros. Além disso, usam a linguagem "Logo" para ensinar crianças até 12 anos a lidar com figuras geométricas.
O mercado oferece ainda boas chances para empreendedores independentes. A piscopedagoga Melanie Grunkraut, por exemplo, aproveitou sua experiência no uso do computador para ajudar crianças a superar dificuldades de aprendizado e passou a atuar como consultora de escolas e fornecedora de programas.
Já a Central Line é uma empresa que atende às escolas e dá cursos sobre o uso da informática na educação. Ela capacita as pessoas interessadas a abrir uma empresa nessa área. Segundo Silvia Fichimann, diretora da Central Line, os custos do treinamento, variam de US$ 50,00 a US$ 100,00 por hora. Para abrir a empresa, além do aluguel de uma sala, o empreendedor terá de investir aproximadamente US$ 12 mil na compra de móveis, micros e programas.

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