São Paulo, domingo, 2 de outubro de 1994 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Candidatos resistem a'`malhação' eleitoral
CLÁUDIA TREVISAN
A "malhação" típica das campanhas eleitorais deixou fatigados os candidatos, mas pouco alterou sua aparência física. Visitas a 114 cidades e a realização de 39 carreatas, 50 comícios e 22 caminhadas aparentemente não ameaçaram os 78 quilos que Fernando Henrique Cardoso (PSDB-PFL-PTB) tinha em maio, mês que marcou o início da campanha eleitoral. O tucano diz que foi impossível se pesar durante a disputa, mas afirma que não notou qualquer mudança em sua silhueta. O petista Luiz Inácio Lula da Silva também diz não ter tido tempo para se pesar. Mas pessoas que convivem de perto com o candidato acreditam que ele perdeu alguns poucos gramas dos 87 quilos que desfilava em maio. Em quase cinco meses de campanha, Lula esteve em 128 cidades e realizou mais de 100 comícios. O presidenciável Orestes Quércia (PMDB) se pesou e, segundo sua assessoria, começou e terminou a campanha com os mesmos 87 quilos. E tudo indica que os 75 quilos que Leonel Brizola (PDT) apresentava em maio também não se alteraram. As atividades dos quatro candidatos atingiram todas as unidades federativas do país, com uma única exceção: Amapá. O Estado só foi visitado por Lula antes do início da disputa eleitoral, quando o petista divulgava sua candidatura com as "Caravanas da Cidadania". Desde abril de 93, Lula realizou sete caravanas. Percorreu todos os Estados e visitou cerca de 600 cidades e pequenos lugarejos. Após o início efetivo da campanha eleitoral, a densidade eleitoral foi um dos principais fatores que orientaram as viagens dos candidatos. O Estado mais visado foi São Paulo, justamente onde está o maior número de eleitores. Quércia e Lula percorreram 41 cidades paulistas cada um. Nos dois casos, foi um recorde. FHC também priorizou o Estado, com visitas a 22 cidades. Brizola não deu a mesma atenção a São Paulo, onde tem 1% das intenções de voto, segundo o Datafolha. Único dos quatro candidatos que não iniciou a carreira política no Estado, o pedetista visitou nove cidades paulistas. O candidato preferiu concentrar a campanha em seu Estado natal, o Rio Grande do Sul, onde o Datafolha lhe dá 14% dos votos. O Norte, que tem a menor concentração de eleitores do país, foi a região mais desprezada. Juntos, os quatro candidatos promoveram 16 viagens a cidades da região. O campeão foi Orestes Quércia, que esteve em 5 cidades. Como era previsível, o Sudeste, com o maior número de eleitores, foi o centro das atenções. Texto Anterior: 94 milhões de eleitores vão às urnas amanhã para decidir a cara do Brasil Próximo Texto: Esperanças e desilusões nas eleições presidenciais Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |