São Paulo, domingo, 2 de outubro de 1994 |
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As eleições
DEMIAN FIOCCA Os excepcionais dividendos que o combate à inflação deram a FHC podem obscurecer a importância da agenda social em seu provável governo. Nesse sentido pesam não apenas as alianças conservadoras e os compromissos com grandes interesses privados, mas, também, por assim dizer, a própria lógica dos fatos.É natural que na administração de conflitos os maiores ônus recaiam sobre as partes mais fracas. Não é por acaso que a miséria, a desigualdade gritante e o descalabro nos serviços sociais persistem. Uma forte vontade política ou uma vinculação aos movimentos sociais poderia contrabalançar esse peso das circunstâncias. Mas não é esse o caso. A idéia de que a estabilização já foi um grande avanço social– pois diminuiu o regressivo imposto inflacionário– ajuda a eximir responsabilidades. Entre os prováveis quadros da futura administração, questões como desemprego, inclusão social e fortalecimento do mercado interno têm prioridade muito menor do que as reformas de cunho liberal. O super-fortalecimento de FHC dá ao provável governo maior independência em relação às demandas da sociedade civil. O enfraquecimento do PT e do PDT tende a elevar a conta dos assalariados na distribuição dos custos da estabilização. Texto Anterior: Eleição e desafio das reformas no Brasil Próximo Texto: É preciso saber interpretar a Constituição Índice |
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