São Paulo, domingo, 2 de outubro de 1994
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Brasmotor tentará vender pela 2ª vez sua participação na Alpargatas

MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

O grupo Brasmotor, dono da Brastemp e da Consul, volta às Bolsas de Valores pela segunda vez em menos de dois meses para tentar vender sua participação acionária na São Paulo Alpargatas.
Até meados dessa semana, o grupo Brasmotor fará nova oferta pública de venda de suas ações.
Com a operação, o grupo Brasmotor espera obter recursos da ordem de US$ 50 milhões.
Os recursos serão investidos na atividade principal do grupo: a fabricação de eletrodomésticos da linha branca.
Dessa vez, a operação, conhecida por "garantia firme", será bancada por um pool de oito bancos: Bradesco, ABC Roma, Nacional, BBA, Sudameris, Banespa, Norchem e Noroeste.
Nesse tipo de modalidade, as ações da empresa são vendidas aos próprios intermediários do negócio –nesse caso, os bancos- se o mercado se recusar a incorporá-las.
A Folha apurou que o pool de bancos, liderado pelo Bradesco, já iniciou negociações com os fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ) e Petrobrás (Petrus) para a venda das ações em posse da Brasmotor.
O chamariz da negociação está sendo o resultado positivo de US$ 18 milhões conseguido pela São Paulo Alpargatas em seu último balanço bimestral, publicado na última sexta-feira.
Caso as negociações não dêem resultado, os bancos ficam com os 23% do capital da São Paulo Alpagartas que pertence ao grupo Brasmotor.
Com isso, passariam à condição de sócios da Alpargatas Santista Têxtil S/A, um dos maiores produtores de índigo e brim do país –da qual a São Paulo Alpargatas é dona de 25% do capital total.
A união entre Alpargatas e Santista Têxtil foi consolidada em abril último. Além da São Paulo Alpargatas, são donos da empresa a S/A Moinho Santista, com 43% das ações, e o próprio Bradesco, com 5%. O restante ficou pulverizado entre outros investidores.
São sócios na São Paulo Alpargatas, junto com o grupo Brasmotor, a construtura Camargo Corrêa -com 31% do capital votante-, seguida pelo Bradesco (cerca de 20% do capital votante) e Banco Itaú, com outros 5%.
A Folha tentou falar ontem com representantes da São Paulo Alpargatas, Brasmotor e Bradesco, mas não obteve retorno.
Nessas situações, é praxe as empresas se pronunciarem somente depois de comunicado oficial ao mercado, conforme exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fiscaliza operações em Bolsas de Valores.

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