São Paulo, domingo, 2 de outubro de 1994
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A cartografia a serviço da arte

Variação artística de mapa feito em `formato T-O' de 1482

MANUEL DA COSTA PINTO
DA REDAÇÃO

"The Image of the World" traz muitos exemplos de mapas em que a expressividade simbólica prevalece sobre o conteúdo científico.
Os mapas mais característicos do período medieval, por exemplo, seguiam o padrão conhecido como `T-O', sobre os quais surgiram variações com finalidades estritamente artísticas.
Eles agrupavam três continentes (Europa, Ásia e África), divididos por um "T" que representava rios internos e o mar Mediterrâneo.
Os continentes era circundados por um anel ("O"), que representava os oceanos. O formato das cartas podia variar, não sendo raros os mapas retangulares –referência a uma passagem bíblica que descrevia "quatro anjos postados nos quatro cantos da Terra".
Outro período rico na associação de valores estéticos e científicos foi o século 17. A época coincide com a fundação de sociedades científicas em Londres, Paris, Berlim e Florença, e com o florescimento da arte barroca.
Os mapas barrocos eram divididos em dois hemisférios, aliando a sobriedade interna das coordenadas geográficas e as figuras alegóricas das representações laterais.
Esse diálogo entre linguagens diversas, segundo Whitfield, servia para reiterar a idéia de que o mundo era um teatro sobre o qual as potências européias governavam o curso da história.
(MCP)

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