São Paulo, segunda-feira, 3 de outubro de 1994 |
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Falta de verba gera parcerias
MARIO CESAR CARVALHO
Associações do governo com empresas privadas e estatais estão tocando as principais obras de restauração do patrimônio. No Rio, uma parceira do governo federal com a Petrobrás está restaurando o prédio do Ministério da Educação, construído entre 1937 e 1939 a partir de um projeto do arquiteto francês Le Corbusier e do brasileiro Lúcio Costa. A Petrobrás investe R$ 800 mil e o governo, R$ 200 mil. Na Bahia, o governo federal entrou com material e a prefeitura de Rio das Contas, na Chapada Diamantina, com a mão-de-obra para restaurar 40 casas do século 18. ``É a cidade mais bem preservada da Bahia", diz Vera Lúcia Coelho Aguiar, 54, coordenadora do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Estado. Com 178 bens tombados, entre os quais nove cidades, a Bahia recebeu do governo federal R$ 52 mil para fazer obras neste ano –preço de um apartamento de dois dormitórios em São Paulo. Em Ouro Preto, a prefeitura acumula parcerias com o governo alemão, a Getty Conservation Institute de Los Angeles (EUA), a embaixada francesa e a GE. O governo alemão estuda os efeitos na poluição na pedra-sabão. A GE deu US$ 400 mil em material para iluminar 12 igrejas. Em Mariana, a Companhia Vale do Rio Doce investiu US$ 335 mil na recuperação de seis igrejas. A Vale é uma das empresas que mais investe em restauração no país: aplicou US$ 5,18 milhões em 28 obras nos últimos seis anos. O futuro do patrimônio histórico passa por esse tipo de colaboração, segundo Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, prefeito de Ouro Preto. ``Os órgãos do governo têm que ser revitalizados para ser um grande centro de parceiros", defende. O presidente do Iphan, Glauco Campello, concorda. ``O paternalismo do Estado tem que acabar. Sem a ajuda da sociedade não dá para preservar tudo." Texto Anterior: Falta de política arrasa patrimônio histórico Próximo Texto: Novo Pelourinho expulsa moradores Índice |
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