São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994 |
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Sarney critica cúpula do PMDB e apóia FHC
ELVIRA LOBATO
``Não sou injusto de dizer que Orestes Quércia foi o único responsável por sua derrota", afirmou Sarney. Segundo ele, os dirigentes do partido avalisaram o projeto projeto pessoal de Quércia, contra a vontade das bases do PMDB. O ex-presidente disse que o PMDB terá que passar agora por um processo interno de reavaliação: ``As bases votaram em Fernando Henrique. Quércia não conseguiu votação expressiva nem no Estado de São Paulo". Ele disse que não pretende provocar este processo de discussão interna e que acha que o assunto vai aflorar naturalmente. Sarney acredita que Fernando Henrique tem todas as condições para liderar um projeto de modernização da instituições do país e que ele deve estabelecer as condições para a formação da base de apoio dos partidos ao seu governo. Segundo o ex-presidente, todas as condições são agora favoráveis à revisão constitucional e que a situação é oposta à que existia durante seu governo (1985/1990): ``Eu vivia administrando crises e segurando greves para impedir o retrocesso político", afirmou. Sarney afirmou que, ao contrário de Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique não tinha uma liderança carismática no início da campanha e que sua candidatura cresceu porque a sociedade quer a modernização das instituições. Na avaliação do senador do Amapá, Fernando Henrique terá que comandar o processo de modernização da instituições, sob pena de ficar condenado a administrar crises. Para Sarney, a mudança mais urgente é a da política eleitoral, para criação do voto distrital. O modelo eleitoral vigente, segundo Sarney, é um foco de corrupção, de proliferação de partidos e de desagregação do Congresso. ``Com US$ 48 bilhões de reservas em caixa, nenhum plano econômico enfrenta risco de insucesso, mas as reformas não podem se restringir ao plano de estabilização econômica", afirmou. Sarney disse que a participação de Lula na eleição presidencial é um aval à democracia no Brasil. ``O PT faz uma leitura errada ao dizer que há discriminação contra Lula. Ter um operário disputando a eleição presidencial mostra que todos têm oportunidades no país e que não há segregação contra ninguém", declarou o ex-presidente da República. Texto Anterior: Peemedebista volta à política regional Próximo Texto: Para Brizola, eleição 'é grande farsa' Índice |
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