São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Herança trabalhista perde força no PDT

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

A derrota de Leonel Brizola e as vitórias de pedetistas em disputas regionais fortalecerão setores menos comprometidos com a herança trabalhista do partido.
A nova composição de forças do PDT deverá gerar uma diminuição da força de Brizola, o crescimento de setores como os sociais-democratas e até modificações no programa do partido.
``O PDT tem que aprender a ouvir as urnas", afirmou, no mês passado, Dante de Oliveira, ex-peemedebista e favorito ao governo do Mato Grosso.
Entre os oito, definem-se como sociais-democratas três cujas atuações não devem limitar-se às fronteiras de seus estados: Dante, Jaime Lerner (PR) e Anthony Garotinho (RJ).
No mês passado, Anthony Garotinho afirmava que, depois das eleições, pretendia discutir o avanço dos sociais-democratas dentro do partido.
Ex-militante do PT, Garotinho viabilizou sua candidatura junto às bases do PDT fluminense e se impôs diante de Brizola, que cogitava indicar o senador Darcy Ribeiro, companheiro dos tempos do PTB.
No ano passado, Jaime Lerner chegou a articular sua candidatura à Presidência da República pelo PDT, mas foi impedido pela direção do partido.
O crescimento dos sociais-democratas é também favorecido pela derrota do PDT no Estado natal do trabalhismo e de Brizola, o Rio Grande do Sul.
O fortalecimento de outras lideranças dará âmbito nacional a divergências hoje mais restritas aos Estados.
Ex-integrante da Arena, Francisco Rossi, candidato ao governo de São Paulo e segundo colocado na pesquisa Datafolha, é favorável às privatizações condenadas por Brizola.
Os também ex-arenistas Lerner e Lavoisier Maia (este, candidato ao governo do Rio Grande do Norte) ressaltaram, durante a campanha, que eram favoráveis ao Plano Real –que, para Brizola, não passa de um golpe.
Os outros pedetistas com chances de chegar a governos estaduais são Lúcia Braga (PB), o ex-peemedebista Jackson Barreto e o ex-pedessista Francisco Chiquilito (RO).

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