São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Cruz deve deixar vida pública

DO ENVIADO ESPECIAL E DA SUCURSAL DO RIO

Um único incidente fez lembrar ontem a imagem de militar duro do general Newton Cruz, 69, candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PPR-PSD.
``Quando eu der a mão, você dê, palhaço", disse a um militante petista que não quis apertar a mão estendida do general.
Cruz disse que, em caso de segundo turno, não votará ``de jeito nenhum" em Garotinho, do PDT, e pensará ``mil vezes antes de votar no outro" (Alencar).
O general criticou os institutos de pesquisa –``eles colocaram o Garotinho e o Alencar lá em cima para provocar o voto útil"– e disse estar deixando a campanha magoado. ``Diziam que eu era torturador, mas ninguém provava nada. Isto não é democracia."
Aproveitou para se despedir da vida pública. ``Eu lancei uma cruzada, me sacrifiquei por ela. Se não chegar ao segundo turno, paro por aqui."
Jorge Bittar, candidato do PT, perdeu pelo menos um eleitor devido à atuação de militantes.
Felisberto Vieira dos Santos, 70, procurou o candidato no Instituto de Surdos e Mudos para dizer-lhe que, devido ao barulho causado por cerca de 30 militantes petistas, mudaria o voto. ``Eu iria escolher você, mas aquele pessoal deixa com raiva quem vem votar."
Depois de votar, junto com a mulher, Vera Lúcia Moreira, foi acompanhar a boca-de-urna na área do Morro do Alemão.
O candidato do PMDB, Milton Gonçalves, afirmou que apoiaria Lula em eventual segundo turno. ``É preciso que alguém modifique a relação entre capital e trabalho."

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