São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994 |
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Agências reciclam slogan e jingle antigos
FILOMENA SAYÃO
Criado pela agência de publicidade FCB, o filme tem 30 segundos. Mostra uma família reunida à mesa de jantar na expectativa de um pedido de casamento por parte do genro em potencial. Nervoso, o moço sua frio na primeira colherada. A mãe comenta: ``Ele tá com vergonha". Na tentativa de incentivá-lo, o pai diz: ``Tô sentindo que você está querendo falar alguma coisa... fala o que tá pensando, sem cerimônia..." A família insiste: ``Fala, fala". Acuado, ele engole a comida e diz: ``Taka Aji-no-moto Aki". A frase foi usada pela primeira vez em um comercial de 1976 criado pela DPZ, que tinha a conta do produto na época. O filme era completamente diferente. Em um restaurante qualquer instalado em um deserto do México, um mexicano típico vai fazer sua refeição. Assim que começa a comer, chama o garçon. Saca seu revólver, encosta a arma no nariz dele e diz ``Taka Aji-no-moto Aki". Celso Loducca, 35, vice-presidente e diretor de criação da agência, explica porque ressuscitou o slogan. Depois de realizar sondagens com donas-de-casa, a agência viu que o público-alvo ou lembrava dessa frase ou então não se lembrava de nenhuma campanha do produto, um realçador de alimentos. ``Em vez de começar do zero, resolvemos aproveitar esse resíduo, capitalizar isso e fazer algo maior", afirma. A autorização para usar o slogan foi dada por Roberto Duailibi, um dos sócios da DPZ. ``Na natureza nada se perde. Coisas permanentes permanecem", brinca. A campanha, no valor de US$ 2,5 milhões, fica no ar até o final do ano. Começa a ser veiculada na rede SBT e depois se espalha para as outras, em cadeia nacional. Fora da TV desde 1989, a multinacional japonesa Ajinomoto resolveu voltar à mídia eletrônica com o objetivo de aumentar 50% as vendas de seu carro-chefe, o Aji-no-moto. ``Todas as campanhas do produto tentavam explicá-lo, porque ainda é confundido com sal. Agora queremos popularizar o produto", diz Nicolau dos Passos, 44, gerente de marketing da empresa. Pernambucanas Esta não é a primeira vez que um ``remake" –como é chamado no jargão do setor a utilização com linguagem nova de um conceito ou idéia utilizado no passado– vem à tona. As Casas Pernambucanas foi buscar na década de 60 o jingle ``Não adianta bater, eu não deixo você entrar" para sua campanha de roupas de inverno. O jingle foi retrabalhado. Teve seu arranjo musical modernizado, mas a letra continuou a mesma, relembra a Fischer, Justus, que criou o filme, de 45 segundos. Para a agência, ele foi resgatado para reforçar ainda mais a idéia ``Como você pode ver, faz tempo que a sua vida faz a nossa vida", dita por um locutor em ``off" no final. A campanha foi veiculada de 20 de maio até o final de junho nas TVs Globo, SBT e Bandeirantes em praças regionais. Texto Anterior: Consórcio troca carta de crédito por imóvel Próximo Texto: Empresa quer aumentar vendas Índice |
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