São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994 |
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Desarmamento de haitianos acontece tarde
PHIL DAVISON
Depois dos seis mortos e dezenas de feridos por civis armados na última sexta-feira, os americanos parecem haver mudado sua política de ignorar o que chamam de "violência de haitianos contra haitianos". No sábado à noite, soldados americanos invadiram as casas e escritórios de membros da chamada Frente para o Avanço e Progresso do Haiti (FRAPH) e de alguns haitianos ricos ligados aos governantes militares. O Pentágono anunciou no domingo que até 1.000 fuzileiros navais serão substituídos por policiais militares, mais capacitados a reprimirem a violência nas ruas e desarmarem pistoleiros. Militares americanos invadiram a principal base naval haitiana, em Bizoton, perto da capital, que se acredita ter sido utilizada para estocar armas da FRAPH, e confiscaram 14 metralhadoras, 11 submetralhadoras Uzi, 119 fuzis M-19, quatro rifles e munição. Forças americanas detiveram o chefe dos guarda-costas de Raoul Cedras, conhecidos como Ninjas por usarem capuzes pretos. Seguidores do presidente exilado Jean-Bertrand Aristide, as principais vítimas da violência da sexta-feira, disseram que a iniciativa americana começou tarde demais e que a FRAPH já escondeu um arsenal provavelmente enorme, preparando-se para um guerra civil. Emmanuel "Toto" Constant, chefe da FRAPH, disse que já se desarmou. "Ainda tenho pedras e garrafas, mas entreguei minha Uzi porque é propriedade do Exército". Constant disse acreditar que as forças americanas pretendem detê-lo, "provavelmente sob acusações forjadas de violações dos direitos humanos. Se me detiverem, será o início de uma guerra civil". Texto Anterior: Conflito deixa americano ferido Próximo Texto: Câmara mexicana quer expulsar deputado suspeito de atentado Índice |
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