São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Teste decisivo

Há cada vez mais sinais de aquecimento da economia após o real. As vendas da indústria paulista em agosto cresceram 16,9% em relação a julho, mês em que os agentes econômicos buscavam adaptar-se às novas condições. A produção industrial, no mesmo período, teve aumento de 6,7%, segundo a Fiesp.
É uma boa notícia a ser examinada com cautela. Pois ao mesmo tempo há sinais de pressão de custos em várias áreas, como nos setores de vidros e embalagens.
Resta saber se esse aquecimento é ou não excessivo. De um lado, a situação ainda está longe da que se seguiu ao Plano Cruzado. De outro, pelo menos em tese as dificuldades para conter os preços são maiores quando o consumo se aquece.
Em tese. Isso porque a paralisação de julho gerou um aumento de estoques. Se a indústria acumula estoques, pode atender a um aumento do consumo. Outro fator que atenua o risco do aquecimento é o nível, ainda confortável, de utilização da capacidade produtiva, em média inferior a 80%.
Há portanto algum espaço para que a oferta acomode a expansão da demanda. Espaço que pode ser ainda maior se se leva em conta o aumento das importações. Será o teste decisivo dos próximos meses: saber se é possível manter a economia ativada evitando que o aquecimento seja convertido em inflação.

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