São Paulo, quarta-feira, 5 de outubro de 1994 |
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Dirceu quer mudança no PT
LUIS HENRIQUE AMARAL
São dois os objetivos principais: aumentar a divulgação das qualidades de suas administrações e tentar neutralizar os grupos radicais do partido. Dirceu ainda acredita que pode ir para o segundo turno com Mario Covas (PSDB). Para ele, Francisco Rossi (PTD) recebeu os votos malufistas. Folha - Qual o futuro do PT depois dessa eleição? José Dirceu - O PT deve mostrar mais para a sociedade e dar mais importância para os governos municipais. São uma demonstração prática do que nós pregamos. Eles são exemplos de capacidade administrativa. Santos e Diadema são considerados exemplos de saúde pública no mundo. O PT precisa também resolver esse problema da questão interna. Folha - Qual questão? Dirceu - Não pode continuar essa imagem que existe sobre a questão interna do PT. Não interessa se ela foi criada pelos nossos inimigos ou se é verdadeira. Temos que distender essa coisa interna. Não é possível mais conviver com esse clima. Para resolver isso, o melhor é mudar as regras com relação às questões internas do partido. Folha - Qual sua proposta? Dirceu - Não tenho clareza. Temos que criar outro tipo de disputa. A convivência interna no PT tem que partir de outros padrões e valores. Ela passa uma imagem para a sociedade muito pequena e sectária. O PT não vai se dividir nem ter expurgo. As correntes de esquerda vão ter um papel importante. Folha - O PT já consolidou um perfil ideológico? Dirceu - O partido é um partido social-democrata de esquerda. Seu objetivo é democratizar as instituições políticas, a riqueza e o poder. Criar uma sociedade civil forte, distribuir renda. Folha - Como contornar a rejeição na classe média. Dirceu - O que afasta o PT da classe média são os preconceitos. Se eles analisassem o tipo de gestão que fazemos perceberiam que é a melhor para a classe média. Os grandes problemas deles hoje são pagar a saúde e a educação, que são nossos pontos fortes. Folha - Como você analisa a votação de Francisco Rossi? Dirceu - É o eleitorado malufista, evangélico. Teve um bom programa de TV. Ele é uma pessoa experiente, foi duas vezes prefeito. Teve muito dinheiro, que ajuda bastante. Sua campanha foi muito cara. Texto Anterior: PT deve ficar neutro na eleição paulista Próximo Texto: PSDB quer apoio do PT em Minas Índice |
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