São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Equipe prepara número do déficit para apresentar ao Congresso

MÔNICA IZAGUIRRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe econômica pretende fechar no início da próxima semana a previsão de déficit operacional para 1995 a ser informada ao Congresso. Cálculos preliminares indicam que o número oficial ficará em torno de R$ 1 bilhão.
O governo reconhece, contudo, que se for adotado o conceito mais tradicional de déficit, recomendado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o rombo potencial nas contas do governo chega a algo entre US$ 10 e US$ 11 bilhões –ou cerca de R$ 9 bilhões.
Adotado como conceito oficial desde o ano passado, o chamado resultado operacional ampliado –que será fornecido ao Congresso– é menos rígido que o recomendado pelo FMI.
Em relação a 1995, inclui entre as receitas consideradas ``boas" R$ 4,6 bilhões esperados com o programa de privatização, o que não seria admitido pelo conceito tradicional.
Ou seja, o relativo equilíbrio de contas que será informado ao Congresso depende de um bem-sucedido programa de venda de ações de empresas estatais.
No conceito tradicional, os recursos resultantes da privatização são considerados apenas uma forma de financiar o déficit. Ou seja, deveriam ser excluídos na hora de informar ao Congresso qual é rombo previsto nas contas do governo.
Outra diferença: o número que está sendo preparado para informação do Congresso inclui entre as fontes consideradas ``boas" R$ 3,6 bilhões de receita líquida em financiamentos de longo prazo, o que também não é admitido no conceito tradicional.
O restante da diferença entre os dois valores de déficit deve-se ao fato de haver divergências também no que diz respeito às despesas.
Mais rígido, o conceito tradional considera, por exemplo, a parcela subsidiada dos juros dos financiamentos oficiais aos setores rural e exportador.

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