São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Folha traz amanhã melhor dicionário do país

DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de amanhã, o leitor da Folha receberá encartado no jornal o mais tradicional dicionário brasileiro: o ``Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa Folha / Aurélio". Serão 19 fascículos. Quarta-feira, dia 12, sai a segunda edição.
O ``Aurélio" foi lançado em 1975. Em 19 anos já vendeu mais de 11 milhões de exemplares, em suas várias versões.

Tiragem
A tiragem prevista para o jornal amanhã amplia ainda mais os números de um dos maiores sucessos editoriais do país: um milhão de exemplares da Folha, distribuídos aos assinantes e vendidos em banca trarão o primeiro fascículo da obra.
Às quartas, o dicionário só circulará nos exemplares vendidos nas bancas. A tiragem prevista para o dia 12 é de 700 mil exemplares. Nos dois dias, o jornal custará R$ 1,00.

Capa dura
A capa dura do livro acompanha o fascículo, que contém, além do índice, a nomenclatura gramatical brasileira, a lista das abreviaturas usadas na obra e os primeiros verbetes da letra ``A", até a palavra ``afogado".
Na próxima segunda, dia 17 de outubro, o segundo fascículo traz as palavras de ``afogador" a ``apolar".
A primeira edição termina no dia 13 de fevereiro de 1995.
Desde que começou a publicar os fascículos do atlas, a tiragem da Folha vem batendo recordes sucessivos na história dos jornais e revistas brasileiros. Hoje circulam 1.458.178 exemplares, um novo recorde.

Aurélio
O filólogo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira nasceu em Passo de Camaragibe, Alagoas, em 3 de maio de 1910. Aos dez anos, viu seu primeiro dicionário, no cartório de um parente.
Aos 12 anos, como o filho mostrava um aproveitamento muito acima da média, o pai fez vir de Maceió uma gramática e um dicionário.
Em 1930, em Maceió, conheceu o escritor Graciliano Ramos. No fim dos anos 30, foi ao Rio fazer um curso de estatística, começou a lecionar e em 1942 lançou seu primeiro livro, ``Dois Mundos".
O autodidata Aurélio achava que o ideal era ter uma biblioteca de mil livros. Ele mesmo tinha dez mil. Usou cerca de 1.800 para preparar com sua equipe o dicionário que tem seu nome.
O ``Aurélio" ficou pronto em 1975. Em três semanas vendeu 30 mil exemplares. Um best-seller.
Seu autor, desde 1961, era membro da Academia Brasileira de Letras. Já era conhecido por sua participação em outro dicionário, o ``Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa", cuja equipe integrava desde 1940, a convite do poeta Manuel Bandeira. Em 1959 desligou-se do projeto.
Aurélio dizia que definir uma palavra era ``capturar uma borboleta". Sua obra acabou tornando-se mais conhecida do que o de Antonio de Morais Silva (o Morais, cuja primeira edição é de 1789) ou o de Caldas Aulete. Seu nome virou sinônimo. De dicionário.

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