São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Pedetistas já admitem participar de revisão

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Partido que mais se opôs à revisão constitucional, o PDT admite participar, a partir do próximo ano, de um processo que busque modificar pontos da Constituição.
O líder do partido na Câmara dos Deputados, Luiz Alfredo Salomão (RJ), disse que a eleição de novos senadores e deputados devolveu ao Congresso Nacional a legitimidade para fazer estas mudanças.
Para Salomão, o sucesso desta tentativa vai depender da sensibilidade do novo governo.
``Se eles vierem querendo discutir quebra de monopólios de petróleo e telecomunicações, não vai dar. Mas estamos dispostos a discutir reforma tributária, um novo pacto federativo e previdência social", exemplificou.
Para Salomão, o importante é começar discutindo os pontos em que haja um certo consenso sobre a necessidade de mudanças.
Na área previdenciária, ele sugere uma discussão sobre a carga fiscal e sobre a possibilidade de estímulos para uma previdência privada complementar.
Outro que admite modificações a partir de pontos específicos é o deputado federal Miro Teixeira (RJ), candidato à Presidência da Câmara.
``Em tese, a discussão fica difícil. O importante é partirmos para pontos como uma nova divisão de poderes entre União, Estados e municípios e uma reforma tributária", disse.
Para Miro, modificações no sistema de previdência têm de ser precedidas por uma verificação das fontes de receita. Isto, para checar a suposta inviabilidade do sistema.
Outro deputado federal, Max Rosenmann (PR), afirmou que a nova composição da bancada do partido o tornará mais flexível, ainda que isto não signifique um abandono de suas propostas.
``Muda a forma de encarar os problemas. Havia no passado um entendimento de que era difícil fazer revisão constitucional sem um referencial de programa de governo. O governo Itamar se ausentou deste processo", disse.
Para ele, o novo governo e o novo Congresso facilitam a discussão e a implementação destas reformas.

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