São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Para terapeuta, foi surto de loucura

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o psicólogo e terapeuta de adolescentes Ruy de Mathis, 42, o gesto de Gustavo Pissardo foi a manifestação de um surto psicótico, um acesso de loucura, como se diz entre as pessoas.
A manifestação desta doença, porém, é consequência de uma história, ``de uma estrutura psicodinâmica que pode ser aparente ou não e que, por razões não reveladas antes, leva a pessoa a elaborar um crime com requintes".
Segundo Mathis, há um processo de esquizofrenia –de divisão– onde o indivíduo que cometeu o crime não é o mesmo que foi à praia depois, isto do ponto de vista da psicodinâmica.
``Via de regra, o jovems psicóticos vem organizando essa criminalização dentro dele. São cenas que ele vem montando na vida, que um dia desencadearão em um crime."
Mathis não tem dúvida de que se tratam de ``personalidades doentes". ``Eles convivem normalmente com outras pessoas. Mas se tivessem um acompanhamento médico, poderiam ser diagnosticados e tratados."
Como outros que cometeram atos violentos contra a família, Mathis acredita que Pissardo era ``uma pessoa que vivia sob pressão, reprimida pelos pais, sem poder dar vazão a seus sentimentos".
Eles viivem com raiva, angústia e, derepente, explodem com força."

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