São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Teens ressuscitam festas black-tie

CAROLINA CHAGAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos últimos meses os cabeleireiros da zona oeste de São Paulo têm recebido aos sábados enxurradas de meninas, entre 14 e 18 anos, dispostas a gastar uma tarde para se maquiar e alisar cabelos que passam sempre dos 40 centímetros.
Essas meninas –e seus pares, enfiados em smokings– estão ressuscitando na cidade um velho hábito: as festas black-tie de 15 anos.
Em setembro, a neta do principal acionista de um dos maiores conglomerados industriais do país comemorou sua ``entrada na sociedade" em uma festa a rigor que reuniu o ``pequeno principado paulistano", adolescentes que estão à espera de assumir os negócios dos pais.
Pelo L'Officiel (salão no Itaim) passaram 22 meninas. ``Isso aqui ficou uma festa", diz Severina, gerente do salão.
Na verdade, a rotina desses adolescentes é uma festa. Esquiam na neve em dezembro e mergulham no Caribe em julho.
Quando estão no Brasil, passam finais de semana em casas no litoral ou em fazendas no interior, onde praticam pólo, saltos a cavalo e esqui aquático.
O esporte é outra atividade que une essa geração além das viagens. ``Fiz uma turma nova para as competições de equitação", diz Luis Felipe Gelpi, 17, que aprendeu com o pai a gostar de cavalos.
A agitação só deve ser alterada no próximo mês para que eles tomem aulas particulares ou façam cursos de reforço com a preocupação exclusiva de passar de ano na escola.
Não há problema se os estudos extras tomarem parte do verão. Com viagens para países dos hemisférios sul ou norte, eles conseguem usufruir do inverno ou do verão em qualquer época do ano.
``Janeiro não tem erro, quem quiser me encontrar pode ir a Vail ou Aspen (no Colorado, Estados Unidos)", afirma Hamilton Diniz Prado, 17, um dos herdeiros do grupo Pão de Açúcar.

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