São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Teóricos do assassinato de JFK têm convenção

JOHN HANCHETTE
USA TODAY

Nos dois anos passados desde que o Congresso dos EUA abriu os arquivos do governo sobre o assassinato de John Kennedy, o material tem sido usado para defender novas teorias conspiratórias.
Muitos pesquisadores não acreditam que Lee Oswald tenha sido o único pistoleiro a atirar em Kennedy em 22 de novembro de 1963, conforme a conclusão oficial da Comissão Warren, 30 anos atrás.
Os teóricos de uma conspiração para o assassinato de Kennedy têm estado tão ativos que organizaram uma convenção, que termina amanhã, patrocinada pela Coalizão sobre Assassinatos Políticos.
Segundo John Judge, secretário-executivo da Copa, haverá palestras "revelando importantes dados novos e evidências históricas do envolvimento dos serviços de inteligência dos EUA com figuras-chaves do assassinato".
Os integrantes da Copa acreditam que Kennedy não foi morto por um único assassino; o governo americano ainda esconde informações vitais; ainda restam perguntas sem resposta e fatos acobertados relativos a outros assassinatos políticos, incluindo os de Robert Kennedy e Martin Luther King.
Algumas das teorias envolvem:
Exilados cubanos anticastristas: O italiano John Martino participou da fracassada invasão da Baía dos Porcos. Antes de morrer, em 1978, contou a um jornalista aposentado que era agente contratado da CIA e conhecia fatos sobre a morte de JFK. O jornalista prometeu não revelar nada até a mulher de Martino morrer, o que aconteceu em julho.
Segundo essa teoria, os exilados cubanos estavam furiosos com JFK por não oferecer cobertura aérea na Baía dos Porcos e por não retomar seu país.
Sem saber para quem realmente trabalhava, Oswald foi ao teatro de Dallas onde foi preso para encontrar-se com um contato que o ajudaria a fugir do país. Ele atirou num policial inocente e a polícia invadiu o teatro. Foi preciso enviar Jack Ruby para matar Oswald dois dias depois para evitar que este revelasse o plano do assassinato, que incluía outros atiradores.
A máfia de Chicago: Robert Vernon, produtor de TV de Houston, interessou-se no caso JFK quando recebeu os arquivos de seu amigo morto, o investigador particular Joe West. Esses arquivos levaram Vernon até James Files, que cumpre pena de 50 anos em Illinois por tentativa de homicídio.
Vernon gravou em vídeo a confissão de Files, que afirma ser o pistoleiro que pesquisadores acreditam haver atirado em JFK pela frente, explicando boa parte das dúvidas acerca da teoria da }bala mágica necessária para que Oswald fosse o único assassino.
Segundo Files, a morte de JFK foi um trabalho feito para a CIA e a máfia de Chicago, em razão do fato de JFK ter permitido que seu irmão Robert, então secretário da Justiça, perseguisse a máfia.
Oswald seria agente da CIA: John Newman, professor da Universidade de Maryland e ex-oficial de inteligência, afirma que a CIA estava }interessada em Oswald desde que ele foi a Moscou, depois de servir como fuzileiro naval em três bases sigilosas de U-2.
Ele diz que os arquivos provam que a CIA manteve contato com Oswald até pelo menos seis semanas antes do assassinato. Newman afirma que os arquivos da CIA mostram que ela "deliberadamente ocultou documentos do Serviço Secreto e do FBI em 1963".

Tradução de Clara Allain

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