São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 1994
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Não nos deixem sós

LUIZ PUNTEL
ESPECIAL PARA A FOLHA

Alô, alô, pessoal da Folha! O que é que houve, puxa vida! De repente, não mais que de repente, como diria o Vinicius, Ribeirão Preto amanheceu o domingo sem a Folha. Pode?
As coisas por aqui já não andam maravilhas! Perdemos a representatividade na Assembléia Legislativa –de quatro ficamos só com dois deputados; Ribeirão Preto está uma secura há mais de cinco meses; o Comercial e o Botafogo –timinhos da terrinha– estão fora do campeonato paulista mais uma vez; as obras viárias, começadas no oba-oba das eleições, estão mais paradas que poste de esquina. Para piorar as coisas, acordo domingo de manhã e... o que é da Folha?
Os danos causados na vizinhança pela não-circulação da Folha neste domingo foram piores que o vendaval de maio. Eu fiquei com taborilite, doença que leva o paciente a tamborilar os dedos compulsivamente sobre o tampo da mesa à procura de notícias; a Rita, vizinha da frente de casa, teve infarto jornalístico, doença cujo sintoma é estreitamento de notícias dominicais. O professor Degrande, imenso em sua robustez, teve leitorite, emagrecendo cinquenta páginas, isto é, cinquenta quilos; Eduardo Antônio dos Santos perdeu o vasto bigode e está com a cara mais lisa que bunda de bebê.
Collor, de triste memória, dizia: ``Não me deixem só"; nós, leitores da Folha há anos, imploramos: ``Não nos deixem sós, sem a Folha, pelo amor das notícias!"

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