São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estudante é transferido para presídio

DA FOLHA VALE

Estudante é transferdido para presídio
O estudante Gustavo Pissardo, 21, que confessou ter matado cinco pessoas da sua família, foi transferido anteontem à noite do hospital psquiátrico Chuí, em São José dos Campos, para a Casa de Custódia em Taubaté.
Pissardo confessou no último dia quatro ter matado a tiros os pais Gumercindo, 46, e Adelaide, 49, a irmã Maria Paula, 18, e os avós paternos João, 74, e Antônia Pissardo, 64. Os crimes ocorreram na madrugada de 30 de setembro.
A remoção para a Casa de Custódia foi decidida pelo juiz-corregedor dos presídios de São José, Joaquim Guilherme Nascimento.
Pissardo chegou ao presídio às 22h, escoltado por policiais. Ele estava em uma cadeira de rodas por dificuldades de locomoção por causa do efeito de sedativos.
A Custódia é considerada de segurança máxima e abriga presos comuns e com problemas mentais.
Na ala médica do presídio ficou por três anos o estudante Roberto Peukert, que confessou ter matado cinco pessoas da família.
Pissardo está em uma cela individual, vigiado 24 horas por agentes penitenciários e enfermeiros.
Para o advogado José Carlos de Oliveira, a transferência atende suas preocupações em relação à segurança do estudante.
Ontem, os psiquiatras do presídio tiveram o primeiro contato com o estudante.
Eles farão o laudo oficial do caso, que irá dizer se Pissardo tem problemas mentais. O laudo deve ficar pronto em 15 dias.
O laudo da equipe do Chuí foi feito a pedido do advogado, que criticou a divulgação do documento feita pelo psiquiatra Hélio de Souza Lima. O médico disse que até ontem à tarde não sabia de crítica em relação ao seu trabalho no caso.
O laudo feito no Chuí deve ser entregue até amanhã à Justiça e não é oficial.
Segundo o laudo, o estudante não estava consciente do que fazia durante os crimes.
Lima disse ontem que Pissardo tentou ser preso na rodovia D. Pedro, quando retornava de Campinas, depois de ter matado os avós .
O estudante teria dito a Lima que ao chegar próximo ao posto da Polícia Rodoviária Estadual acelerou a caminhonete para que um dos policiais o prendesse. Pissardo teria passado a mais de 120 km/h pelo posto, mas não foi parado.
Lima afirmou ainda que pelo estado emocional em que estava, Pissardo poderia ter matado o policial, se houvesse uma ação violenta contra ele.

Texto Anterior: Polícia procura executor em Porto Alegre
Próximo Texto: `Vítima poderia ser o cachorro'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.