São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 1994 |
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Analfabetos políticos
LUÍS NASSIF O novo governador que conseguir moldar um novo modelo gerencial para seu Estado, é candidato a próximo presidente da República. Candidato certo, se for de Estado grande, candidato provável, se de Estado menor, mas candidato.A novidade não está aí. Está no fato de poucos políticos perceberam tal obviedade, mesmo havendo casos provados e documentados de sucesso na busca de novos caminhos. Em Porto Alegre, a prefeitura petista introduziu o orçamento participativo, estipulou critérios transparentes de aplicação dos recursos orçamentários e reduziu os custos das obras públicas. Foi reconduzida ao cargo com sucesso extraordinário. Do mesmo modo, as novas práticas políticas cearenses garantiram a continuidade do esquema político atual. Então porque em Estados como São Paulo e Rio mantém-se práticas políticas e administrativas tão anacrônicas? A campanha para governadores de ambos os Estados foi de uma indigência intelectual a toda prova. Ou populismo rasgado ou visão convencional da administração pública. Isto para um Estado financeiramente destruído por duas administrações que colocaram a politização acima das responsabilidades administrativas. É que nesses Estados os políticos ainda têm a concepção do velho bancário, que não quer correr riscos –portanto jamais vai sair de sua pequenez. O PT repetiu pela enésima vez seu discurso contra a ditadura, o PSDB seu discurso ``creia-em-mim", o PDT seu discurso ``reze-por-mim", o PMDB o ``vem-quem-está-a-fim", e o PPR inaugurou o estilo ``metalúrgico também é chique". Se disputassem eleitores como as empresas disputam clientes no mercado, não passariam de pipoqueiros de porta de cinema. Início promissor Embora seja cedo para avaliações mais profundas, até agora o Ministro da Fazenda Ciro Gomes está saindo melhor que a encomenda. Apesar de resvalar vez por outra para um linguajar inadequado para o cargo, entendeu rapidamente seus limites de atuação, para não se conformar em ficar aquém deles, como sugere o estilo contemplativo de sua equipe de assessores. Sua atuação no episódio do feijão foi importante para fazer gorar o movimento especulativo. Que não se perca pelo entusiasmo. Mistério Ontem, nem o Assessor de Comunicação Social do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Irineu Tamanini, nem seu assessorado Sepúlveda Pertence deram qualquer declaração aos jornais. Não foi possível saber as razões desse procedimento. Suspeita-se que tenha algo a ver com o feriado. Texto Anterior: Desemprego aumenta 5,49% nas regiões metropolitanas Próximo Texto: Alta do aluguel continua pressionando a inflação Índice |
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