São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 1994
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Escritor ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1907

Kipling visitou o Brasil em 1927

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

Cem anos se passaram desde que Rudyard Kipling publicou ``O Livro da Selva" (1894) e foi reconhecido como grande nome da literatura.
Mas a obra do autor de Mogli –o menino-lobo criado nas selvas indianas, personagem banalizado pelos estúdios Disney– está longe ser uma unanimidade de crítica.
Nascido de pais ingleses em Bombaim (Índia), em 1865, foi rotulado de escritor vitoriano com moral de escoteiro e de arauto do imperialismo.
Kipling viveu na Índia até os seis anos, quando foi enviado à Inglaterra. Aos 16, de volta ao seu país natal, virou jornalista.
Em 1888, já reconhecido, voltou a Londres e conheceu Oscar Wilde, Henry James e Robert Louis Stevenson.
Mas como nem tudo foi mar de rosas para esse escritor-viajante que recebeu o Prêmio Nobel em 1907, Kipling foi desprezado por J.M. Keynes e Virginia Woolf. Varrido pelo furacão modernista, foi, depois de morto, reabilitado por T.S. Eliot e Jorge Luís Borges.
Entre suas viagens –todas transformadas em belos relatos que reforçam a tese de que o autor não foi eclipsado pela desmontagem do Império Britânico–, registram-se passagens pelos EUA, África do Sul, Japão e Brasil.
Chegando aqui em 1927, durante o governo de Washington Luís, esse autor de dezenas de romances, contos e poesias recolheu impressões publicadas no livro ``Cenas Brasileiras".
No Rio, Kipling assistiu a inevitáveis evoluções de samba e macumba para turistas, foi à Academia de Letras e admirou a baía de Guanabara.
Em São Paulo o escritor visitou cobras no Butantan, fazendas de café e até a usina hidrelétrica de Cubatão.
Joseph Rudyard Kipling morreu em Londres, em 1936.

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