São Paulo, terça-feira, 18 de outubro de 1994
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Orçamento será retirado do Congresso

SILVANA QUAGLIO
MÔNICA IZAGUIRRE

SILVANA QUAGLIO MÔNICA; IZAGUIRRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Orçamento de 95 vai ser retirado do Congresso Nacional. Segundo o presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE), a retirada é provocada pela intenção do futuro governo (Fernando Henrique Cardoso) de ``promover uma ampla reforma administrativa".
Inocêncio e o presidente do Congresso, senador Humberto Lucena (PMDB-PB), se reuniram ontem com o ministro do Planejamento, Beni Veras.
O ministro discutiu com os dois dirigentes do Congresso a votação do Orçamento deste ano. Lucena, que também esteve com o presidente Itamar Franco, disse que a votação deve acontecer só na próxima semana.
Itamar deu prazo até hoje para que haja uma decisão. Caso contrário, ameaça editar medidas provisórias que remanejam recursos e alteram a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
Sobre a retirada do Orçamento, Beni Veras disse à Folha: ``Eu não falo pelo novo governo, não sei o que pretende fazer, mas apenas cogitei que se o governo desejar fazer uma reforma administrativa profunda, com reflexos sobre o Orçamento, pode ser necessário que ele retorne para exame".
A equipe de transição do presidente eleito, chefiada pelo economista Paulo Renato de Souza, começa hoje a colher dados junto a área econômica do atual governo.
Este trabalho deverá resultar numa nova proposta de Orçamento para 95, bem como respaldará o projeto de reforma administrativa.
Inocêncio e Lucena disseram ao ministro do Planejamento que a retirada do Orçamento retirava também do Congresso o compromisso de votá-lo até o final deste ano, como manda a Constituição.
O mais provável é que o Orçamento de 95 seja enviado pelo próprio FHC. O novo Congresso reabre dia 1º de fevereiro e as sessões recomeçam no dia 15.
Como a Constituição proíbe que os parlamentares encerrem a legislatura sem aprovar o Orçamento, Lucena terá de manter o Congresso em permanente convocação.
No Congresso e no Executivo vários técnicos avaliam que o mais conveniente para o futuro presidente é mudar o Orçamento de 1995 depois de aprovado.
Se o Orçamento não for aprovado ainda este ano, FHC começará seu mandato com os gastos engessados pela maior rigidez da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 1995.

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