São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994 |
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Marketing e roubalheira
GILBERTO DIMENSTEIN BRASÍLIA – Já está em gestação um pacote de medidas de impacto psicológico do governo Fernando Henrique Cardoso. Objetivo: tentar marcar, logo nos primeiros dias, a imagem da administração. Daí o projeto de escolher um lote de contratos com empreiteiras, submetendo-o a uma auditoria.Constatadas irregularidades por uma comissão de técnicos e personalidades da sociedade civil, os contratos poderiam ser anulados ou renegociados, reduzindo-se os preços. A idéia é que o lote escolhido exiba valores expressivos. O foco são os investimentos das estatais. O ponto de partida é o trabalho já realizado pela Comissão Especial de Investigação (CEI), formada este ano pelo presidente Itamar Franco. Coordenada pelo ministro Romildo Canhim, a CEI colheu indícios de superfaturamento de preços em obras públicas. A ofensiva no futuro presidente é de tentar ressaltar um compromisso com a ``ética" e a punição a empreiteiras serviria como um ``exemplo". Seria um sinal não apenas para a opinião pública, mas à burocracia. A idéia é de que esse grupo de investigação permaneça durante todo a gestão do novo governo, coletando irregularidades administração –manteria contato direto com a Presidência da República. Ao mesmo tempo, seriam reforçados os departamentos de controle interno de cada um dos ministérios que, desde o governo Collor, passaram por um processo de desmobilização. PS – Na prática, o jornal oficial do PT, intitulado ``Brasil Agora", ajuda Francisco Rossi, o candidato ao governo de São Paulo. Eles estampam em sua capa e, repetem na página 3, a foto de sorridentes Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso, no papel de cabo eleitoral de Afanásio Jazadji. Radialista e notório adversário da luta pelos direitos humanos, defensor da pena de morte, ele se candidatou a deputado estadual e venceu. A foto mostra até que ponto os indivíduos chegam na busca dos votos. Para refrescar a memória, Covas deveria perguntar a personalidades como Paulo Sérgio Pinheiro, d. Paulo Evaristo Arns e José Carlos Dias, quem é Afanásio. Texto Anterior: A voz de FHC Próximo Texto: O dente agudo da serpente Índice |
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