São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994
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Ciro admite rever medidas anticonsumo

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda Ciro Gomes disse ontem, em São Paulo, que pode corrigir erros que possam haver nas medidas para contenção do consumo. Afirmou, porém, que elas ``são definitivas" e já estão surtindo efeito.
Esta foi a sua resposta a Roberto Krasiltchik, diretor da Associação dos Revendedores de Veículos Usados, que o questionou sobre a redução do prazo do financiamento para três meses.
``Faça uma carta e mande para o Ministério. Enquanto isso, fale para os seus associados não cobrarem ágio. Estou muito zangando com isso. Eu corrijo tudo o que estiver errado", afirmou o ministro.
Ciro Gomes disse que existe ágio nos veículos usados. ``Não pode um modelo 1993 custar mais do que um 1994", exemplificou.
O ministro participou da comitiva do presidente Itamar Franco que inaugurou, ontem, o Salão Internacional do Automóvel, no Parque de Exposições do Anhembi (zona norte de São Paulo).
Durante toda a visita, o ministro não quis comentar as medidas adotadas pelo governo. ``Há setores do mercado que dizem que eu falo muito. Agora vou agir", afirmou.
Segundo o ministro, o Plano Real está firme e as suas rédeas estão nas mãos do conjunto dos consumidores brasileiros.
Aumentos
``Qualquer aumento de preço a partir de julho é especulativo e deve ser rejeitado", disse.
Ele ressalvou, porém, a alta dos produtos afetados pela seca durante esse período. Esses itens acabaram puxando o preço da cesta básica, mas já estariam refluindo, em sua avaliação.
Para o ministro, se os produtos afetados pela seca e o aluguel, fossem excluídos do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a inflação de 1,99% da segunda quadrissemana de outubro seria menor.
Ele disse que existem aumentos de preços localizados, os quais população já estaria combatendo.
Quanto à briga entre as importadoras e as montadoras nacionais, o ministro acha que não há problemas. Para ele, a concorrência é boa para os consumidores.
Depois de mais de uma hora de visita a vários estandes, o ministro concluiu que os preços dos automóveis não têm nada de popular.

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