São Paulo, domingo, 23 de outubro de 1994
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Garotinho vai rever estratégia

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A convocação da nova eleição para deputados federal e estadual atrapalhou a estratégia de alianças do candidato do PDT ao governo do Estado do Rio, Anthony Garotinho, 34.
O pedetista teve que repensar a série de traições e aproximações que arquitetara para tentar vencer o adversário Marcello Alencar (PSDB).
``Mudou tudo. Não tem decisão nenhuma. Vamos ter de conversar com todo mundo", respondia anteontem um atônito Garotinho a quem lhe perguntasse sobre adesões e dissidências.
Garotinho chegou ao segundo turno pela coligação Força do Povo (PDT-PTB-PMN). Antes de o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) decidir pela nova eleição, ele disse não ter mais compromisso com o PTB e o PMN, pois a coligação só seria válida no primeiro turno.
A traição aos dois parceiros tem origem no desejo de Garotinho de contar com o apoio do PT, PC do B, PPS e PSB.
Os entendimentos iniciais com representantes destas siglas esbarravam na proximidade com o PTB e o PMN, partidos considerados fisiológicos pela esquerda.
Garotinho agora terá que rever sua decisão. Ele já não pode dispensar os votos que estarão acoplados a candidatos como João Mendes e Roberto Jefferson, dois puxadores da legenda do PTB.
Ao mesmo tempo, Garotinho sabe que dificilmente será eleito sem o apoio de petistas, comunistas e socialistas.
``Este quadro de nova eleição pressupõe novos entendimentos", disse Garotinho.
O pedetista busca ainda apoios isolados, como o da deputada federal Sandra Cavalcanti (PPR) e o do senador Nelson Carneiro (PP).
Com Sandra, Garotinho já conversou duas vezes, mas até agora ela não anunciou seu apoio. O senador foi procurado por telefone pelo pedetista.
Disse que estava decepcionado com Marcello Alencar, mas que ainda não se decidira por Garotinho, adiando esta resolução para esta semana.

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