São Paulo, domingo, 23 de outubro de 1994
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Procura por leasing externo deve crescer

DA ``AGÊNCIA DINHEIRO VIVO"

Se realmente houver a estabilização da economia, uma das modalidades de leasing (arrendamento mercantil) que devem crescer é o internacional.
Nesse tipo de negócio, o cliente arrenda um bem no exterior, através da matriz de um banco estrangeiro ou agência de um banco nacional –geralmente as instituições trabalham com essa modalidade apenas para as operações de valor elevado.
Há uma vantagem para o tomador: como a negociação não envolve repasse de recursos captados no exterior (caso do leasing em dólar), seu custo é mais barato.
Um dos bancos que oferecem o produto é o Boston, ao custo de variação cambial mais juros de 15% ao ano, incluindo nesse custo garantia de risco político do Eximbank e prazo de cinco anos, mas só para negócios a partir de US$ 5 milhões.
O Banco Itamaraty também opera nessa modalidade, somente para equipamentos de grande porte, como aeronaves, por exemplo. O banco oferece, também, recursos do Banco Mundial a juros de 17% ao ano.
O Banco Real é outro que está estudando sua entrada no setor, já que a política de maior abertura às importações facilita a implantação do produto.
No caso do leasing em dólar, o aumento (de 3% para 7%) do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) nas captações externas, através da emissão de eurobônus, poderá provocar, para o tomador final, alta que varia entre 1% e 1,5% ao ano.
Esta elevação de custo ocorre porque o lastro das operações de leasing em dólar é formado por recursos captados no exterior. Outra consequência imediata da decisão do Conselho Monetário Nacional poderá ser o desaquecimento dos negócios.
Nas operações indexadas à TR (Taxa Referencial), o custo para o tomador final também deverá subir. Essa modalidade de crédito está entre as que foram atingidas pelo compulsório de 15%.
Na semana passada, antes da decisão do Banco Central, esse custo variava conforme a instituição: no caso do Banco do Brasil, oscilava entre 35% e 40% ao ano; se era crédito em dólar, correspondia à variação cambial mais 25% a 30% ao ano (para negócios com prazo de 24 a 36 meses).
O Banco Real também trabalha com operações indexadas à TR. Para prazos de 24 meses, a taxa estava perto de 40% na semana passada.
O Banco do Brasil não tem restrições quanto ao bem a ser arrendado, desde que possa ser imobilizado. Faz operações de leasing com automóveis, máquinas etc.
Já o Banco Real dá preferência ao arrendamento de bens com maior liquidez (facilidade de revenda), como ônibus, caminhões e automóveis. Operações com máquinas e equipamentos, o banco só oferece para clientes especiais e de primeira linha.

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