São Paulo, terça-feira, 25 de outubro de 1994
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Presa a maior falsa doméstica de SP

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia prendeu ontem em São José dos Campos (97 km a nordeste de São Paulo) Silvia Helena da Silva, acusada de furtar 50 residências em São Paulo.
Silvia, 35, é considerada a principal falsa doméstica do Estado pelo Deic (Departamento de Investigações Criminais) –seria a recordista em número de furtos.
Ela já havia sido presa em 1991 pelo mesmo motivo. Ficou presa dois anos.
No mês passado, duas donas-de-casa da zona oeste voltaram a registrar queixa contra furtos de uma falsa doméstica.
Após a descrição física feita pelas donas-de-casa, a polícia passou a procurar Silvia.
Segundo o delegado Francisco Basile, 39, a operação para prender Silvia começou há 30 dias e mobilizou dez investigadores.
A polícia não tem estimativas sobre o valor total dos furtos (confessos) da falsa doméstica.
A maioria dos furtos aconteceu nos bairros Morumbi, Lapa, Jardins e Perdizes.
Silvia tem dois filhos e está grávida. Ontem, em depoimento no Deic, ela se recusou a falar com a reportagem. Durante cerca de duas horas, ela permaneceu de cabeça baixa, chorando.

A estratégia
A falsa doméstica agiria da seguinte forma: primeiro, apresentava uma carta de referência falsa à pessoa interessada em contratá-la.
Na carta, constava o número de um suposto antigo empregador. Na verdade, tratava-se de um telefone comunitário que a polícia localizou próximo à favela do Morumbi (zona sul).
Silvia pedia ao seu futuro empregador que telefonasse num determinado horário, caso quisesse confirmar as referências.
No entanto, quem atendia o telefone era uma amiga de Silvia, chamada Elisabete. ``A amiga aguardava a ligação e dava as melhores referências", disse Basile.
Segundo o delegado, Silvia também fazia o papel de ``boazinha" no seu futuro emprego, além de cozinhar muito bem e se mostrar uma empregada eficiente.
``Na primeira oportunidade –que podia ocorrer no primeiro dia ou até uma semana depois de estar empregada–, ela furtava objetos da casa e desaparecia.
As preferências de Silvia eram jóias e relógios. Ela confessou que revendia os objetos furtados na praça da Sé (região central).
Ao ser presa, num ponto de ônibus urbano em São José dos Campos, Silvia disse que estava procurando a casa de uma amiga ``para passar um tempo longe de São Paulo".

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